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Roupa das estrelas ganha nova vida

Roupa das estrelas ganha nova vida

Jean Paul Gaultier aposta no aluguer de peças icónicas numa época em que a moda se quer mais sustentável.

Impulsionado pelos hábitos dos millenials e centennials, as gerações Y e Z nascidas pós-1981, o negócio do aluguer de roupa de luxo é uma realidade a que as grandes marcas não resistem. Entre elas a francesa Jean Paul Gaultier, que lançou um serviço que disponibiliza um acervo com 30 mil peças criadas pelo designer homónimo, conhecido como um "enfant terrible" ao longo dos 50 anos de carreira.

Gaultier retirou-se da alta-costura em janeiro de 2020, mas garantiu um legado intemporal e que marca o relançamento do site da maison, atualmente dirigida por Antoine Gagey. A par das colaborações lançadas, na secção Vintage há uma coleção rotativa com peças das décadas 1980 e 90 para alugar, incluindo os famosos vestida-jaula e os corpetes de cones de cetim, como os usados por Madonna na digressão "Express Yourself". Os preços variam entre os 150 (um lenço) e os 700 euros (um vestido-jaula). Dos milhares de modelos disponíveis, 59 estão à venda. Muitos vêm de colecionadores privados e arquivos de todo o mundo.

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"Queremos explorar novas formas de comprar e experimentar moda misturando numa mesma plataforma, na mesma página, novos looks o nosso estúdio de design, colaborações de alguns designers convidados, reedição de peças icónicas e também "vintage"", explicou Antoine Gagey.

Contra o excesso

O aluguer surge como uma nova normalidade em 2021, na qual os mais jovens gostam de vestir roupa luxuosa e/ou rara sem gastar fortunas. Também há figuras públicas que recorrem a esse serviço, principalmente no Brasil, onde a atriz Bruna Marquezine dá o exemplo. Muitos dos arrojados vestidos que a modelo Kendall Jenner exibe também podem ser usados por algumas horas ou poucos dias por um valor bem mais em conta do que o preço original. Com a irmã Kylie, há duas semanas, Kendall também promoveu o site Rent the Runway.

No estrangeiro e em Portugal há várias plataformas especializadas neste nicho e para todas as idades, em prol de uma moda mais sustentável. Uma delas é a Dress on the Go, agora também com ateliê em Lisboa inaugurado no verão pela luso-francesa Sandra Pereira Neto, sobretudo com propostas de criadores internacionais. A fundadora tomou contacto com o setor quando estudava e trabalhava na Semana de Moda de Paris e se apercebeu do "excesso de consumo", além dos "próprios hábitos descartáveis e rápidos". "Recebo muita mensagens de pessoas que querem comprar, mas ficam interessadas em alugar quando explico o conceito", diz ao JN, reconhecendo que ainda não há uma procura como nos Estados Unidos ou Inglaterra.

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