O PS desafiou esta terça-feira o Governo a explorar as "contradições" no discurso do Fundo Monetário Internacional sobre a austeridade a favor dos interesses do país, deixando do se sentir "embaraçado" perante essas "brechas" na 'troika'.
João Galamba, deputado socialista e membro da Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças, falava aos jornalistas, na Assembleia da República, depois de a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, ter sustentado que a austeridade foi excessiva em países como Portugal e Grécia.
"Esperamos que o Governo tome em atenção mais esta tomada de posição da diretora geral do FMI e que defenda os interesses do país, coisa que até agora, manifestamente, não tem feito", acusou o deputado do PS.
Confrontado com a existência de contradições nas posições da ex-ministra das Finanças francesa e dos sucessivos representantes do FMI na 'troika' em Portugal, João Galamba disse que os socialistas "limitam-se a constatar que existe essa contradição".
"Aquilo que o Governo de Portugal tem de fazer é explorar essa contradição na defesa dos interesses do país. Perante sucessivas declarações de Christine Lagarde e de outros representantes das instituições que fazem parte da 'troika' - declarações críticas ou que, pelo menos, colocam dúvidas sobre o sucesso da austeridade -, o que se espera de um Governo num país intervencionado é que aproveite essa fragilidade do discurso 'austeritário' em defesa dos interesses do país", sustentou.
Segundo João Galamba, pelo contrário, verifica-se que o Governo português "encara com algum embaraço essas brechas no discurso da austeridade".
"Essa é a demonstração que nós temos um Governo de Portugal que não defende os interesses do país", acrescentou.