O secretário-geral do PS, António José Seguro, afirmou, esta sexta-feira, que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, é a única pessoa em Portugal que ainda acredita na "receita da austeridade" e que está politicamente "cada vez mais sozinho".
"Existe um consenso nacional de que é necessária uma estratégia de crescimento económico. Até já o CDS-PP veio hoje dar a entender isso. O primeiro-ministro é a única pessoa em Portugal que está fora desse consenso e insiste na política do custe o que custar", afirmou António José Seguro.
O secretário-geral do PS, que falava durante um plenário de militantes socialistas em Loures, acusou o primeiro-ministro de ignorar as vozes que defendem outras alternativas.
"Há um ano que reivindicamos que existe outro caminho. Nós temos consciência das dificuldades e sempre defendemos que deve existir disciplina e rigor orçamental, mas que esta deve ser complementada com políticas de crescimento", defendeu.
No seu discurso perante mais de uma centena de militantes, o secretário-geral do PS defendeu um caminho que passe pelo "alivio internacional" sobre Portugal, nomeadamente mais tempo para o pagamento da dívida e uma redução das taxas de juro e ainda a criação de uma agenda para o emprego e desenvolvimento.
"Sabemos que não temos uma varinha mágica, mas sabemos que esta alternativa pode dar esperança e confiança económica. Recusamo-nos a aceitar que a solução para a geração mais qualificada de sempre seja a porta da emigração", sublinhou.
Já hoje o porta-voz do CDS-PP, João Almeida, defendeu que Portugal deve aproveitar as posições do Fundo Monetário Internacional (FMI) para uma "negociação política" e não "meramente técnica" do memorando de entendimento.