A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) já doa 30% dos produtos que apreende, numa espécie de política de Robin dos Bosques que pretende ver aumentada, afirmou esta terça-feira o inspetor-geral daquele organismo.
"Não é bem tirar aos ricos para dar aos pobres, mas é um bocadinho nesta lógica", referiu Pedro Portugal Gaspar em Barcelos, durante a inauguração de um polo logístico da ASAE.
No fundo, como explicou, trata-se de penalizar "quem entrou no circuito ilícito", que fica sem os seus bens, dando simultaneamente à apreensão uma função social, doando os produtos a quem mais precisa.
O responsável sublinhou que para haver uma doação é sempre necessário não só proceder à descaraterização das peças, para evitar a sua reintrodução no mercado, como também obter a autorização das marcas.
"As marcas podem opor-se", lembrou.
Em caso de não ser possível a descaraterização ou de as marcas afetadas não darem autorização para doação, os produtos apreendidos são destruídos, um destino que a ASAE pretende evitar.
"A lógica é alargar cada vez mais a componente da responsabilidade social, alargando a quantidade de bens doados. Vamos tentar redistribuir pela população sempre que possível", disse ainda Portugal Gaspar.