Três dos quatro detidos por alegados crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais ficam em prisão preventiva, decidiu o Tribunal Central de Instrução Criminal.
Michel Canals, o alegado cabecilha da rede, Nicola Figueiredo e Francisco Canas ficam em prisão preventiva, enquanto a José Pinto foi estipulada uma caução de 200 mil euros e determinada a proibição de se ausentar do país até a pagar e de contactar com os outros suspeitos.
O juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), que esteve a interrogar os detidos desde o meio da manhã de sexta-feira, decidiu ainda a colocação dos três suspeitos que ficam em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional da Polícia Judiciária, em Lisboa.
De acordo com notícias divulgadas na sexta-feira pelo semanário Sol, as quatro pessoas, detidas na quinta-feira pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e pela Inspeção Tributária, faziam parte de uma rede que operava a partir da Suíça, aproveitava o BPN de Cabo Verde e era usada "por empresários, advogados e políticos, como Duarte Lima".
Entre os detidos, ainda segundo o jornal, estão três sócios de uma empresa suíça - a Akoya Asset Management -, que oficialmente geriam e faziam aplicações de fortunas de clientes portugueses, mas na verdade angariavam clientes para bancos da Suíça e "atuavam como testas de ferro, criando empresas 'offshore' nas quais era colocado o capital, em manobras de fuga ao fisco e branqueamento de capitais".
A fraude está calculada em mil milhões de euros, de acordo com o avançado pelo jornal.
Segundo disse à agência Lusa uma fonte da unidade de ação fiscal da Guarda Nacional Republicana, a operação foi desencadeada no âmbito ou na sequência da operação "Furacão".