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Estudantes portugueses com dificuldades em aplicar a Matemática à vida real

Estudantes portugueses com dificuldades em aplicar a Matemática à vida real

Os alunos portugueses têm dificuldade em resolver problemas de matemática aplicados à vida real, tendo ficado ligeiramente abaixo da média dos 44 países da OCDE envolvidos num novo relatório, agora divulgado, do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), elaborado com base nos resultados obtidos em 2012.

"Resolução de Problemas Criativos: Capacidades dos Estudantes em Resolver Problemas da Vida Real" é a designação do novo estudo, que envolveu 85 mil estudantes em 44 países e economias da Organização para o Desenvolvimento e Cooperação Económico (OCDE).

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Para obter bons resultados neste estudo sobre as competências criativas na resolução de problemas, os estudantes devem mostrar-se abertos a explorar a novidade, tolerar as dúvidas e incertezas e atreverem-se a usar a intuição para poderem chegar a uma solução.

Portugal colocou-se em 24.º lugar, com 494 pontos, quando a média da OCDE é de 500 pontos. A liderar a listagem está Singapura (562 pontos), seguida da Coreia (561) e Japão (552). Mais quatro economias do este asiático estão entre o 4.º e 7.º lugares: Macau, Hong-Kong, Xangai e Taipé.

Países como o Canadá, Austrália, Finlândia, Reino Unido, Estónia, França, Holanda, Itália, República Checa, Alemanha, EUA e Bélgica ocupam lugares acima da média da OCDE, mas abaixo dos referidos países asiáticos.

Nos países melhores colocados, os estudantes de 15 anos podem implicar-se no estudo sistemático de situações moderadamente complexas para encontrar uma solução.

Na Coreia e em Singapura, por exemplo, 56% dos estudantes (contra 31% dos estudantes nos países da OCDE, próximos da média) podem resolver um problema no qual um aparelho desconhecido funciona mal. Os estudantes conseguem compreender como os diferentes elementos do problema se relacionam entre si, podem planear por antecipação os passos que têm de realizar para encontrar uma solução e ajustar os seus planos à luz dos dados, conhecimento e informações que vão descobrindo à medida que vão explorando o problema; também podem formular hipóteses sobre por que razão um aparelho funciona mal e descrever como comprovar o funcionamento do dispositivo.

Em contrapartida, nos países com menor classificação (como é o caso de Portugal) os estudantes apenas conseguem resolver problemas muito simples que não requerem um pensamento por antecipação e estão contextualizados em situações familiares.

O relatório conclui que os resultados do PISA sobre a resolução de problemas mostram que professores e escolas podem promover as competências dos estudantes para enfrentar - e resolver - todos os tipos de problemas que se encontram diariamente na vida do século XXI.

O estudo PISA foi lançado pela OCDE, em 1997. Os resultados obtidos nesse estudo permitem monitorizar, de uma forma regular, os sistemas educativos em termos do desempenho dos alunos, no contexto de um enquadramento conceptual aceite internacionalmente. Mede as capacidades dos alunos em domínios como a literacia matemática, científica, resolução de problemas e literacia em leitura.

O PISA 2012 foi o quinto estudo PISA realizado desde 2000 e envolveu mais de 60 países participantes. O estudo repete-se a cada três anos. Os resultados de 2012 provam que, no caso dos estudantes portugueses, houve uma melhoria do desempenho nas áreas da leitura, matemática e ciências, muito embora Portugal continue abaixo da média da OCDE.

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