A Federação Nacional de Educação considera positiva a introdução de provas finais aos alunos de 4º ano. João Dias da Silva, secretário-geral da federação, sublinha, contudo, que é importante saber mais pormenores e conhecer qual o enquadramento desta reestruturação curricular.
O secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE) declarou esta terça-feira que considera positiva a introdução de provas finais aos alunos de primeiro ciclo. Em declarações à agência Lusa, João Dias da Silva disse que "a introdução de exames no 4.º ano é positiva, mas importa saber mais, com mais pormenores e quais são as condições da sua operacionalização. Falta também conhecer o seu enquadramento e ver qual o seu impacto em relação ao trabalho desenvolvido pelos alunos, professores e as suas famílias nos anos antecedentes".
O ministro da Educação, Nuno Crato, anunciou, na segunda-feira, a revisão da estrutura curricular do ensino básico e secundário. Na revisão é determinado que os alunos do 4.º ano vão passar a realizar provas finais a partir do ano letivo de 2012/2013, devendo as notas valer cerca de 30 por cento na classificação no fim do ano.
O secretário-geral da FNE considera que a revisão da estrutura apresentada tem alterações positivas, em relação à primeira proposta, apresentada em dezembro de 2011.
Ainda assim, João Dias da Silva sublinha que "a FNE mantém as críticas que tinha feito à primeira versão, nomeadamente no que diz respeito ao facto de não haver suficiente sustentabilidade para as opções determinadas e para o facto desta revisão curricular ser feita fora do contexto de uma revisão dos conteúdos programáticos. Há necessidade de reduzir a carga dos conteúdos de várias disciplinas".
O Ministério da Educação decidiu manter a Educação para a Cidadania como "intenção educativa" em todas as áreas curriculares, mas não como disciplina autónoma obrigatória.
No 2.ºciclo, será dividida a disciplina de Educação Visual e Tecnológica em duas áreas disciplinares, cada uma com um só professor. Já no 3.º ciclo, a disciplina de Tecnologias de Informção e Comunicação - atualmente lecionada no 9º ano - vai ser antecipada para o 7º ano.
Ainda no âmbito desta revisão, no secundário vai ser reforçado o ensino do português e vão ser mantidas duas opções disciplinares anuais.
O secretário-geral da FNE criticou o facto de a disciplina de Educação Cívica ter perdido a sua autonomia, mas considerou positivo que se tenha mantido a segunda disciplina de opção da formação específica do 12.º ano.
O Ministério da Educação anunciou ainda que as escolas terão autonomia para decidir a duração de cada aula. João Dias da Silva considera este um ponto positivo, mas lembra que "falta, contudo, conhecer a implicação desta autonomia nos horários dos professores naquilo que é a componente letiva e a não letiva".