Cerca de uma centena de pessoas, entre elas 12 crianças, protestaram, esta segunda-feira, contra o fecho da escola de 1.º Ciclo do Ensino Básico de Rio de Moinhos, no concelho de Aljustrel, o que consideram uma "injustiça".
Promovido pela população da aldeia, o protesto, no dia em que começa o novo ano letivo, começou cerca das 9 horas em frente ao edifício da escola com a concentração dos populares, entoando palavras de ordem como "queremos a escola aberta", "queremos a nossa escola" e "queremos aqui as nossas crianças".
As 13 crianças do 1.º Ciclo de Rio de Moinhos faltaram às aulas na escola de destino, o Centro Escolar Vipasca, na sede de concelho, Aljustrel, a cerca de quatro quilómetros de distância.
Durante o protesto, o presidente da Câmara Municipal de Aljustrel, Nelson Brito, disse aos jornalistas que as crianças de Rio de Moinhos vão continuar a faltar às aulas em Aljustrel "até ser definido um modelo de transporte em segurança".
Apesar do encerramento da escola de 1.º ciclo, em Rio de Moinhos, está prevista a continuação do ensino pré-escolar, com nove crianças.
Em declarações à agência Lusa, Nelson Brito explicou que o protesto serviu para a população "demonstrar a sua indignação com o encerramento da escola" de Rio de Moinhos, porque "é uma injustiça".
"Escolas com menos de 21 alunos fecham e outras mantém-se abertas. Não é aceitável o encerramento de escolas com dois pesos e duas medidas", lamentou o autarca, referindo que a escola de Rio de Moinhos, somando os 13 alunos do 1.º ciclo e os nove do pré-escolar, ficaria com um total de 22 alunos, número acima do definido pelo Governo para fechar escolas.
Por outro lado, explicou, o encerramento da escola de Rio de Moinhos levou à criação de uma 11.ª turma no Centro Escolar Vipasca, que só tem capacidade para acolher 10 turmas, o que obriga a que uma turma frequente as aulas na Escola Básica dos 2.º e 3.º ciclos de Aljustrel.
Segundo o autarca, os pais "não têm condições" e a autarquia "já avisou o Ministério da Educação de que não tem recursos financeiros e humanos" para assegurar o transporte dos alunos de Rio de Moinhos até Aljustrel.
Por outro lado, lamentou, o Ministério da Educação "ainda não disse como vai ser assegurado o transporte das crianças".
Por isso, disse Nelson Brito, os alunos faltaram às aulas esta segunda-feira e vão continuar a deslocar-se para a escola de Rio de Moinhos e a faltar às aulas em Aljustrel "até que o Ministério da Educação assuma as suas obrigações e as despesas que o fecho da escola acarreta e garanta o transporte das crianças em condições de segurança".
Presente no protesto, Mariana Martins, mãe de um dos alunos, disse à Lusa que o fecho da escola de Rio de Moinhos "é uma injustiça", porque o estabelecimento tem todas as condições e, por outro lado, "vai ser complicado para os pais assegurarem o transporte" das crianças até Aljustrel.
Já Jerónimo Mariano, pai de uma aluna da escola, contou à Lusa que é mineiro e trabalha por turnos nas minas de Aljustrel e só tem uma motorizada e, por isso, não tem condições para transportar a filha até Aljustrel.