O Hospital da Covilhã prevê entregar, a partir de sexta-feira, uma fatura informativa a todos os utentes do serviço de urgência, anunciou, esta segunda-feira, a administração.
Nada muda nas taxas moderadoras, mas cada pessoa passa a ser informada de quanto custou tratá-la, explicou o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB), Miguel Castelo Branco, em conferência de imprensa.
Num exemplo de fatura entregue aos jornalistas, é descriminado o custo unitário dos tratamentos e apresentada a despesa total da unidade de saúde, de acordo com uma tabela nacional do Serviço Nacional de Saúde.
Ao lado, surge o valor suportado pelo utente com as taxas moderadoras, quando as paga, ressalvou Miguel Castelo Branco, recordando que mais de metade dos utentes do CHCB estão isentos.
A fatura informativa, que não traz qualquer pagamento acrescido, já é entregue noutros hospitais do país e "visa a consciencialização do utente", realçou o presidente do conselho de administração.
Para o responsável, "é importante que as pessoas tenham conhecimento da realidade", para saberem para onde vai o dinheiro dos impostos e para saberem que mesmo as taxas moderadores só cobrem "uma pequena parte dos gastos" em saúde.
Miguel Castelo Branco acredita que a medida vai ajudar a que os hospitais não sejam vistos como "um supermercado em que as pessoas chegam a uma prateleira e tiram um exame e vão a outra tirar outro exame", como se não houvesse despesas.
A despesa não pode limitar os cuidados necessários "de acordo com a informação médica", sublinhou, mas "tem que haver racionalidade clínica" com informação transparente para todos.
A entrega da fatura informativa está dependente de ajustes no sistema informático do CHCB para que comece a funcionar.
Depois da urgência, será progressivamente aplicada na consulta externa, meios complementares de diagnóstico e, mais tarde, ao internamento.
No final de 2012, o CHCB acumulava 300 mil euros de taxas moderadoras em dívida, um valor superior ao de 2011, referiu Miguel Castelo Branco, apesar de a taxa de cobrança ter aumentado no último ano.