Os acrónimos são formas relativamente recentes, assumindo popularidade apenas no século XX.
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Contudo, as mais antigas têm origem em Roma, quando os primeiros cristãos usavam um peixe como símbolo de Jesus. Assim, quando um cristão queria identificar outra pessoa como irmão na fé, desenhava um arco na areia. Se a outra pessoa fosse cristã, desenhava o arco ao contrário, formando assim, o desenho de um peixe.
Ora, a palavra grega para peixe é ICHTHUS e as suas cinco letras formam o acrónimo grego, tendo por base a frase Iesus Christus Theou Yicus Soter, cujo significado é Jesus Cristo filho de Deus Salvador.Atualmente, utilizamos os acrónimos nas situações mais diversificadas. Assim, por exemplo, quando nos referimos ao Imposto sobre o Valor Acrescentado, temos o IVA (e nem Jesus nos vale). O PIB é, igualmente, um acrónimo que designa o Produto Interno Bruto.
Ora, o acrónimo ajusta-se às regras fonológicas da língua portuguesa, pronunciada de forma contínua como uma palavra normal e não soletrada, sendo, assim, um processo de criação de palavras novas a partir da junção de letras ou sílabas iniciais de um termo composto ou grupo de palavras que se pronuncia como uma só. Exemplos: UNESCO (United Nations Educational Scientific and Cultural Organization/ Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura); PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa); TOC (Técnico Oficial de Contas); ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais).
Embora seja mais usual o acrónimo se formar com as letras iniciais, pode, como já vimos, conter outras letras VIARCO (marca de lápis) - Vieira Araújo e Companhia; Frelimo - Frente de Libertação de Moçambique; Interpol - International Police (Polícia Internacional). Além disso, é frequente a passagem destas formas a palavras, podendo variar em número: Vou fazer uma tac/ duas tacs (TAC / Tac: Tomografia Axial Computorizada).
* Professora de Português e formadora do acordo ortográfico
jn.acordoortografico@gmail.com