Bashar Hafaez al-Assad nasceu a 11 de setembro de 1965, em Damasco, e é presidente da Síria desde 17 de julho de 2000. Licenciado em Medicina, na especialidade de Oftalmologia, Bashar não tinha aspirações políticas nem supunha que algum dia viesse a suceder ao seu pai, Hafaez al-Assad, que governou a Síria durante 30 anos.
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Na realidade, a sucessão à frente dos destinos do país estava reservada para o seu irmão mais velho, Basil al-Assad. Contudo, com a sua morte num acidente de viação, coube a Bashar a Presidência logo após a morte do pai, em junho de 2000. Como único candidato do único partido autorizado no país - o Partido Baath, baseado no socialismo nacionalista árabe -, Bashar acabou sendo eleito por referendo, tendo tomado posse em julho de 2000.
Com a sua subida ao poder, renascia na Síria a esperança de uma abertura política a mudanças democráticas. E Bashar respondia com um discurso reformista, sem, contudo, quaisquer efeitos práticos.
Em 2007, foi reeleito com 97% dos votos num referendo em que se apresentou novamente como candidato único.
Bashar al-Assad pertence à minoria alauíta, um grupo étnico-religioso do Islão xiita, proeminente na Síria, onde constituem cerca de 10% da população. A maioria pertence aos sunitas, a maior seita do Islamismo.
Elevados índices de desemprego, situação sócio-económica em deterioração e falta de apoios às classes mais desfavorecidas geraram uma insatisfação popular crescente, que eclodiu, em 2011, com a Primavera Árabe. As primeiras manifestações tiveram início entre janeiro de março de 2011, nas cidades de Damasco, Alepo e Daraa. Bashar reagiu enviando o Exército e outras forças de segurança para as ruas, de forma a conter a insatisfação do povo.
Em abril, face ao incremento dos protestos, Bashar reconheceu publicamente que o "governo tinha de atender às aspirações populares". Suspendeu o estado de emergência em que o país se encontrava há 48 anos , aumentou o salário mínimo e o dos funcionários públicos. Contudo, o desejo popular de reformas políticas amplas ficaram por satisfazer, o que em nada acalmou as manifestações nas ruas, que passaram a exigir a sua deposição do poder.
As forças de Bashar foram acusadas de crimes contra a humanidade, quer pela oposição interna, quer pela comunidade internacional. Contudo, o presidente da Síria recusou as acusações e condenou a "conspiração estrangeira"e já fez saber que espera recandidatar-se ao poder nas eleições previstas para 2014.