Quando o AO estava prestes a entrar em vigor, era natural que surgissem dúvidas, confusões, mal-entendidos. Porém, atualmente, o que se tem vindo a verificar é que há um total desconhecimento das regras que regulamentam a nova grafia.
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São, pois, usuais os exemplos que se baseiam em boatos que eliminam, por exemplo, radicalmente, todos os /c/ ou /p/. E, mais grave ainda, é o facto de essas discordâncias partirem de pessoas que comunicam com o público em geral através da Comunicação Social ou das redes sociais.
Como é óbvio, todos temos direito a uma opinião, no entanto, deve ser fundamentada e baseada em argumentos válidos e informações sólidas.
Alertamos, assim, para a necessidade de se voltar a estudar, de ler, de pesquisar. Há tantos livros sobre o AO, a baixo custo, no mercado! Além disso, o texto do novo acordo está disponível on-line e pode ser consultado gratuitamente.
Não basta "empurrar portas de puxar ou puxar portas de empurrar" só pelo simples prazer de contrariar. Cada um de nós é responsável pela informação que veicula.
Afirmamos que este pacto "não sabe a pato", são palavras distintas. E os particípios passados têm regras para a sua utilização que nada têm a ver com a nova grafia.
Com quantos artigos de opinião os leitores se confrontam com informações maliciosas e deturpadoras?
Saber escrever/falar português é uma obrigação e para se opinar sobre assuntos tão importantes é preciso estar bem informado.
Talvez aí seja possível voltar a "empurrar as portas de empurrar" e "puxar as portas de puxar". Caso contrário, deixem as portas fechadas. Alguém as saberá abrir sem as estragar.
* Professora de Português e formadora do acordo ortográfico
jn.acordoortografico@gmail.com