O novo Acordo Ortográfico organiza a utilização da letra minúscula e da letra maiúscula inicial e prevê a opção entre elas em determinadas situações.
Corpo do artigo
Deste modo, deve usar-se a letra minúscula em todos os vocábulos da língua nos usos correntes e nos seguintes especiais: nomes dos dias da semana, nomes dos meses do ano, nomes das estações do ano, nomes dos pontos cardeais (mas não nas suas abreviaturas), nos usos de "beltrano", "fulano" e "sicrano" e nas formas de tratamento ou cortesia (axiónimos): senhor João; senhor professor doutor Jorge Osório; bacharel António Sá; cardeal Manuel Clemente.
No entanto, é opcional o uso da letra minúscula inicial nas seguintes situações: nos títulos dos livros (bibliónimos), em que se excetua o primeiro elemento, que se escreve com maiúscula, e os nomes próprios neles contidos (O Primo Basílio/O primo Basílio), nos nomes dos santos (hagiónimos - Santa Maria Adelaide/santa Maria Adelaide), nos nomes que designam domínios de saber, cursos e disciplinas, nas categorizações de logradouros públicos, nas categorizações de nomes de templos (Igreja da Lapa/igreja da Lapa) e nas categorizações de edifícios (Palácio de Belém/palácio de Belém).
A letra maiúscula inicial é obrigatória nos nomes próprios de pessoas, nos nomes próprios de locais, nos nomes de seres antropomorfizados ou mitológicos, nos nomes de festas e festividades, nos títulos dos periódicos, nos pontos cardeais ou equivalentes, quando designam uma região (o Norte), nas siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais e nos nomes das instituições públicas e privadas.
Considera-se ainda conveniente o uso de maiúscula quando a palavra faz parte de um nome consagrado, tal como produtos Serra da Estrela.
Sendo assim, no novo AO não há aumento dos casos em que é exigida maiúscula inicial; pelo contrário, o número diminui.
* Professora de Português e formadora do acordo ortográfico