Na língua portuguesa, existem vários modos de falar, determinados pela localização geográfica do falante, faixa etária, situação, nível de escolaridade, nível social. Porém, há que considerar a língua-padrão, que corresponde ao modo de falar mais correto, quando se usa a língua em situações formais.
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Ora, a Gramática é fruto desta tentativa de sistematizar a língua padrão, estabelecendo normas daquilo que seria falar corretamente uma língua e em que é correto todo o uso linguístico que segue as normas da língua-padrão, e é errado todo o uso linguístico que não segue as normas impostas pela Gramática.
Ainda que esses erros se situem nas mais diversas camadas da língua, em virtude da Gramática, é possível determinar alguns tipos que costumam ocorrer com mais frequência, tomando sempre por base a língua escrita. Assim temos os erros de grafia que ocorrem nas mais diversas construções. Exemplo: Ele estava paralizado.* / Ele estava paralisado; eu analizei os resultados * / Eu analisei os resultados; ela gosta de alizar o cabelo* / Ela gosta de alisar o cabelo. Ora, o s entre duas vogais nos substantivos também está presente nos respetivos verbos.
Além disso, é comum confundir a grafia do s, ss e ç, como nos casos de excessões*, cuja grafia correta é exceções; ascenção* (ascensão); obseção* (obsessão).
No caso das terminações em -izar, indicando ação, deveremos escrever, por exemplo, organizar (e não organisar); banalizar (e não banalisar); canonizar (e não canonisar); horrorizar (e não horrorisar), suavizar (e não suavisar), apesar de o s ter o valor fonético de /z/ entre vogais.
Existem ainda os erros ortográficos que advêm do facto de se acrescentar letras inexistentes às palavras. Vejamos os seguintes exemplos: Asterisco (e não "asterístico"); beneficência (e não "beneficiência"); beneficente (e não "beneficiente"); bugiganga (e não "buginganga"); mendigo (e não "mendingo"); mortadela (e não "mortandela"); reivindicar (e não "reinvindicar" ou "reinvidicar"); geminadas (e não "germinadas").
Acontece, muitas vezes, a confusão ortográfica entre g e j. Assim, palavras como tigela, afugentar, falange, ferrugem, herege, proteger, rabugento escrevem-se com g.
* Professora de Português e formadora do acordo ortográfico
jn.acordoortografico@gmail.com