Muitas vezes, surgem dúvidas quanto à utilização das formas "porque", por que" e "porquê".
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Assim, escreve-se "porque" quando se trata de uma conjunção causal ou final ou advérbio interrogativo (em orações interrogativas diretas ou indiretas).
Vejamos os seguintes exemplos: "A Joana não foi à escola porque estava doente". Neste caso, "porque" é uma conjunção subordinativa causal, que liga as duas orações, com uma noção de causa. Deste modo, podemos afirmar que, quando o "porque" é conjunção causal, escreve-se sempre numa só palavra.
Um exemplo de "porque" como conjunção final aparece no canto II, estância 7 de "Os Lusíadas": "Manda dous mais sagazes, ensaiados / Porque notem dos Mouros enganosos / A cidade e poder, e porque vejam / Os cristãos, que só tanto ver desejam". Nesta situação, a conjunção é sinónima das locuções "para que" ou " a fim de que", com valor de finalidade.
A palavra "porque" é, igualmente, um advérbio interrogativo e surge em orações interrogativas diretas: "Porque te enervas tanto?"; "Porque não vens connosco?" Na locução adverbial interrogativa "porque é que" também "porque" se escreve numa palavra só.
No caso das orações interrogativas indiretas também se utiliza "porque": "Diz-me porque não vens connosco".
E quando é que se utiliza "por que"? Este assunto será abordado na próxima semana.
* Professora de Português e formadora do acordo ortográfico
jn.acordoortografico@gmail.com