O uso da palavra oral deixou de ser um privilégio dos religiosos, políticos, advogados e alastrou-se a toda a sociedade. O homem precisa de escrever e de falar bem a fim de enfrentar as mais variadas situações, e também se adequar às novas exigências sociais.
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Atualmente, constata-se que falar bem significa expressar com entusiasmo e de forma clara um pensamento organizado.
Frente a esta realidade, os professores de português procuram dar conta deste objetivo, exercitando os alunos através de apresentações orais diversificadas. Esta atividade serve não só o aperfeiçoamento da expressão oral, mas também o aumento da confiança, preparando-os para a vida ativa. À medida que o aluno aprende a falar ou a comunicar bem, tornar-se-á mais firme e consistente, motivando-se e incorporando novas possibilidades profissionais.
Além disso, faz parte do programa do ensino secundário o estudo do «Sermão de Santo António aos Peixes» do Padre António Vieira, um dos maiores oradores da nossa história. Este magnífico texto é um dos exemplos da literatura da arte de bem falar.
Assim, os alunos contactam com a oratória, ou seja, a arte de falar em público de forma organizada, com a intenção de informar, influenciar, ou entreter os ouvintes.
Na Grécia Antiga, Aristóteles e, em Roma, Quintiliano foram teorizadores da arte de bem falar, a retórica, e definiram os princípios da oratória: "quem diz - o quê - a quem - por que meio - com que efeitos?".
Ora, o discurso tem que ter três momentos estruturantes: introdução, desenvolvimento e conclusão, apresentando a matéria de forma estruturada.
A linguagem não-verbal é igualmente fundamental. De facto, a dicção, qualidade suprema da voz, deve respeitar a pronúncia correta das palavras. Além disso, o timbre deve concordar com o sentimento que se procura expressar. O ritmo deve ser também adequado e nunca monocórdico. Os gestos e a postura são ainda determinantes e a ação de gesticular deve acompanhar as palavras ou corresponder a uma ideia predominante do texto e não a cada palavra pronunciada.
Assim sendo, para uma frase, deve existir um gesto que vem antes ou junto da oração, nunca depois. Os gestos são o toque de acabamento e os responsáveis pelo sucesso de uma exposição oral.
Deste modo, a oratória é a conjugação da linguagem verbal com a linguagem não-verbal. É arte de saber cativar com segurança através das palavras faladas.