O texto poético exprime o estado de alma do sujeito de enunciação, refletindo o seu mundo interior. Nesse texto, o mundo exterior pode surgir transformado, consoante o estado de espírito do sujeito poético. Daí que este tipo de texto seja revestido de subjetividade.
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No texto poético são frequentes os recursos expressivos que o enriquecem e convidam à interpretação.
O poema pode conter versos por estrofes (monóstico, dístico, terceto, quadra, quintilha, sextilha...); um esquema rimático pré-estabelecido (rima cruzada, emparelhada, interpolada); métrica; sonoridades; ritmo; recursos estilísticos variados e um vocabulário expressivo.
Porém, o mais importante num texto poético é a transparência do sentir, a dança das palavras que conjuga significados com sons e estados de alma.
Escrever poesia é ouvir as pulsações das palavras e semeá-las entre as gentes.
Escrever poesia é voar entre frases, sons, subtilezas.
Escrever poesia é ter a capacidade de encaixar a alma numa folha de papel.
Saber lê-la é recolher os frutos dessas sementes.
Saber lê-la é agarrar as frases que pairam no ar e guardá-las no coração.
Saber lê-la é compreender a alma do poeta que, solitário, vagueia entre as gentes.
* Professora de Português e formadora para a área da língua portuguesa