O contraste campo/cidade encontra-se ao longo da produção poética de Cesário Verde.
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Assim, nos poemas Esplêndida, Deslumbramentos e Humilhações, a cidade representa a ausência, a impossibilidade ou a perversão do amor.
No plano social, a cidade é o símbolo do trabalho, da pobreza, da doença, como se pode verificar nos poemas Cristalizações e Sentimento de um Ocidental. A cidade simboliza ainda a opressão e o aprisionamento.
Em contrapartida, o campo é o lugar idílico, como se exemplifica no poema Em Petiz, e retrata a simplicidade da beleza, no poema De Tarde. A nível social, o campo traduz saúde e liberdade, como se pode constatar no poema Nós.
Pode-se, assim, concluir que a antinomia cidade/campo em Cesário Verde assume um papel determinante para a compreensão da sua poesia.
* Professora de Português e formadora para a área da língua portuguesa
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