Segundo Alberto Caeiro, pensar incomoda como andar à chuva.
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Efetivamente, o mestre dos heterónimos proclama-se anti metafísico, sendo contra a interpretação do real pela inteligência, porque, no seu entender, essa interpretação reduz as coisas a simples conceitos vazios.
Como ele mesmo afirma, não tem filosofia: tem sentidos; daí que os seus pensamentos sejam todos sensações, embora se verifique uma preponderância da visão.
Além disso, Caeiro demonstra grande interesse pela Natureza que pretende sentir objetivamente, pois o seu olhar é nítido como um girassol. Capta-a através do olhar e encara-a tal qual ela é, sem abstrações, sem passado, sem mistério.
Em conclusão, Caeiro é o poeta que erra sem destino, absorvido pelo espetáculo da Natureza, nascido a cada momento / Para a eterna novidade do Mundo.