Não são de agora as preocupações dos papas com o ambiente. João Paulo II e Bento XVI referiram-se muitas vezes à questão e foi com o anterior Papa que no Vaticano se tomaram mesmo um conjunto de decisões com o objectivo de fazer do centro da Igreja Católica o primeiro Estado do Mundo a compensar totalmente as emissões de gases de efeito estufa.
Entre 2007 e 2009, o Vaticano equipou os cinco mil metros quadrados do tecto do grande Auditório Paulo VI com 2400 painéis solares. Dois anos depois, um sistema de aquecimento e refrigeração com 110 colectores solares foi também instalado, de modo a armazenar energia para aquecer o ambiente no Verão e arrefecer no Inverno. Na mesma altura, o Vaticano plantou uma floresta na Hungria, com o objectivo de compensar as emissões de dióxido de carbono.
A publicação da encíclica "Laudato si", do Papa Francisco, no final de Junho passado, trouxe o pensamento católico para o pelotão da frente da reflexão ambiental e dos que apelam a decisões urgentes. A tal ponto, que o presidente Obama, dos Estados Unidos, foi um dos que mais prontamente elogiou a encíclica, logo após a sua publicação.
"Saúdo a encíclica [do Papa Francisco] e admiro profundamente a sua decisão de defender - com claridade, força e toda a autoridade moral que advém do seu cargo - medidas contra as alterações climáticas. Espero que todos os líderes mundiais - e todos os filhos de Deus - reflitam sobre este chamamento do Papa para se unirem na defesa da nossa casa comum", afirmava o presidente, numa nota publicada na ocasião.
