Familiares do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto por engano em 2005 pela polícia londrina numa estação de metro, figuram na lista dos possíveis alvos das escutas telefónicas ilegais promovidas pelo "News of The World".
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De acordo com a publicação britânica "Politics", um primo de Jean Charles de Menezes foi informado por detetives de que o seu número faz parte das investigações por ter sido encontrado na lista dos possíveis alvos da publicação.
Até o momento, no entanto, não há provas concretas de que todos os números da lista tenham sido de facto violados.
Após a notificação, a família do brasileiro enviou a diversas autoridades do Reino Unido uma carta em que exige aos responsáveis uma investigação aprofundada sobre o caso.
No texto, os parentes afirmam que um grande número de informações confidenciais foi publicado pelo tabloide na época do assassinato do brasileiro. Há ainda a possibilidade de os advogados do caso também terem sido alvo das escutas.
Jean Charles de Menezes foi morto, por engano, no dia 22 de julho de 2005, por um tiro disparado pela polícia inglesa, que o confundiu com o terrorista Hussain Osman.
Os agentes policiais realizavam uma operação para impedir que um novo ataque terrorista, nos mesmos moldes do ocorrido no dia 7 de julho daquele ano, se repetisse. Uma série de falhas na operação resultou na morte do brasileiro.
O tablóide londrino News of the World encerrou na semana passada após ser tornado público o escândalo das escutas ilegais.
A lista dos que tiveram as suas linhas telefónicas escutadas vai desde o primeiro-ministro David Cameron e o vice-primeiro-ministro, Nick Clegg, passando por celebridades e familiares de soldados britânicos mortos no Afeganistão e no Iraque.