O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enalteceu, sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff e atacou a Imprensa brasileira durante um discurso preferido no 52º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Goiás, centro oeste do país.
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Segundo o ex-governante, há mais de seis meses longe do cargo, a Imprensa brasileira "criou" divergências entre ele e a presidente Dilma Rousseff.
"Falaram que divergimos. Eu já disse que, se houver divergência, é ela quem estará certa. Não há divergências", enfatizou o ex-presidente.
Lula da Silva enumerou ainda outro episódio no qual os meios brasileiros terão utilizado uma foto dele ao lado de senadores -- tirada durante um almoço em Brasília -- para dizer que a presidente era "fraca".
"Quando fui a Brasília e tirei uma foto com senadores, disseram que ela era fraca. Ela pode ter todos os defeitos do mundo, menos ser fraca", defendeu Lula, para logo relembrar a trajectória de Dilma, que chegou a sofrer torturas durante o período de ditadura militar.
"Ninguém que passa três anos na cadeia, sendo barbaramente torturada e é eleita presidente pode ser fraca", completou.
O episódio ao qual se referiu o ex-governante ocorreu dias antes do pedido de demissão do ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci. A visita de Lula foi realizada quando as suspeitas de enriquecimento ilícito por parte de Palocci começavam a atingir a cúpula do governo e a gerar o que foi a primeira crise do mandato de Dilma.
Na ocasião, a imprensa local publicou a foto, sugerindo que Lula teria reunido com senadores para avaliar a situação de Palocci. O problema acabou por ser resolvido com a renúncia do então ministro, no dia 7 de Junho.
O ex-presidente discursou como convidado da União Nacional dos Estudantes, movimento político estudantil com o qual possui ligações históricas desde a época da luta pela democratização do país, quando actuava ainda como líder sindical.