Filme, de Francisco Manso, conta a história de Aristides Sousa Mendes.
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Vítor Norte será Aristides de Sousa Mendes na obra "O cônsul de Bordéus". Rodagem do filme arranca na próxima semana em Viana do Castelo, que assistirá, até Junho do próximo ano, à antestreia mundial da obra.
"A proposta que temos pela frente é a de fazer de Aristides de Sousa Mendes o herói que ele de facto foi. E isso é o mínimo que podemos fazer". Francisco Manso, que assina a realização em parceria com João Correa (realizador luso radicado na Bélgica), sintetizou, assim, a obra sobre o diplomata português que salvou a vida a mais de 30 mil refugiados do regime nazi, na sua maioria judeus.
À frente do elenco está Vítor Norte, que vestirá a pele de Aristides de Sousa Mendes, destacando-se, ainda, os nomes de Leonor Seixas, Carlos Paulo (no papel do rabino Chaim Kruger), Joaquim Nicolau, São José Correia e Laura Soveral, bem como dos espanhóis Manuel de Blas e Miguel Borines. As rodagens decorrerão até finais do próximo mês naquela cidade minhota, estimando a produção, a cargo da Take 2000, dar por concluído o filme até Junho próximo, altura em que se comemorarão os 70 anos sobre o feito de Aristides.
Segundo o produtor, José Mazeda, a obra (cujo argumento é assinado pelo escritor António Torrado) apresenta-se como a continuidade da ligação da produtora a Viana do Castelo, onde havia já rodado o filme "Assalto ao Santa Maria" (sobre o episódio que abalou as ditaduras ibéricas), tendo, para tal, aproveitado o antigo navio-hospital "Gil Eannes".
"A primeira razão da escolha de Viana do Castelo foi porque gostámos muito de rodar aqui o "Assalto ao Santa Maria". A segunda prende-se com uma realidade: Viana está mais bonita do que Bordéus. Conseguimos filmar sem grandes adereços à vista", diria, ontem, Mazeda, na conferência realizada em Viana do Castelo, adiantando que espaços como a Praça da República, a pousada de Santa Luzia e o teatro de Sá de Miranda serão retratados na obra.
As restantes filmgens decorrerão na cidade de Bordéus e junto à fronteira entre França e Espanha. O filme retratará duas épocas (1940 e a actualidade), sendo a ligação, ficcionada, entre os dois tempos estabelecida por uma criança que viria a ser salva por Aristides.