
José Vinha
Quando lhe disseram que iria ser homenageado no festival literário Escritaria, a decorrer em Penafiel, Mia Couto ironizou: "Será que morri e não fui informado disso?".
O escritor moçambicano - que escreve sem expectativa à vista - revela nesta entrevista que o próximo romance de ficção (acreditava-se poder ser apresentado neste festival) vai ser retrabalhado, algo que sempre aconteceu com todas as obras publicadas. Porque um livro de Mia Couto "são sempre vários livros, até se tornar no livro final".
Sendo um escritor da lusofonia que redescobre a língua portuguesa, como interpreta o Acordo Ortográfico?
O Acordo não mexe naquilo que eu faço, ele trata de uma outra dimensão, que é a grafia, um aspecto superficial, cosmético. Mas não sou um militante contra o Acordo Ortográfico. Entendo que até pode ter alguma vantagem, se escrevermos todos da mesma maneira. Mas não creio que fosse necessário. Resolve pouco, cria excepções, mas vamos continuar a escrever diferente.
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