
Rui Oliveira/Global Imagens
Ainda tem pouca formação, mas já conquistou medalhas de ouro. É bailarino, do Porto, tem 13 anos e em Abril estará na final de um importante concurso internacional, em Nova Iorque. Segue-se a Academia Bolshoi. Diogo Oliveira tem asas para voar. Veja o vídeo
São duas grandes etapas na ainda curta carreira do jovem. Em Abril, Diogo marca presença enquanto solista nas finais do Youth America Grand Prix, a maior competição mundial de escolas de ballet, aberta a alunos dos nove aos 19 anos. Em Junho, voará de novo até aos Estados Unidos, dessa feita, para frequentar a Escola de Verão da Academia de Ballet Bolshoi, no Connecticut.
Diogo Oliveira - único de três irmãos a dedicar-se à dança - só começou aos dez anos. Frequenta a Academia de Dança de Matosinhos, ao mesmo tempo que segue os estudos no oitavo ano. Disciplina favorita? A sorrir, responde: "Ciências". Sempre a correr da academia para a escola e da escola para casa, não lhe sobra tempo para muito mais. "Não me importo, porque estou a fazer uma coisa de que gosto", disse, ao JN.
A surpresa do Bolshoi
A ida a Nova Iorque está a provocar algum nervosismo. "É a nível mundial e tenho grandes concorrentes lá", confessa, sem distinguir qual das duas viagens aos EUA será mais importante para o currículo. Parece que estão ambas no mesmo patamar, mas o convite para a Academia Bolshoi é que foi surpreendente: "Nunca pensei que conseguisse entrar, porque é uma companhia muito boa, das melhores do Mundo".
Diana Amaral, a professora de técnica contemporânea, afirma mesmo que Diogo "é o primeiro estudante de ballet português a obter tal reconhecimento". E sem fazer audição, pois recebeu convite para frequentar o curso na qualidade de bolseiro. Foi-lhe dirigido quando se apurou para a final do Youth America Grand Prix, em Novembro passado, em Paris. Antes disso, Diogo saiu com duas medalhas de ouro do concurso internacional Dançarte, que decorreu no Algarve.
O facto de ter começado apenas aos dez anos não o prejudicou. Muito pelo contrário. "Há várias razões para um resultado de sucesso: coordenação e maturidade física e intelectual e tudo isto só se reúne a partir de uma determinada idade", explica Alexandre Oliveira, um dos seus professores de dança clássica. No mesmo sentido, Diana acrescenta: "Dedica-se muito e tem uma excelente cabeça. E isso é fundamental num bailarino".
Alexandre não tem dúvidas de que o jovem "acabará a formação fora de portas, numa escola com mais e melhores condições de profissionalização". E conclui dizendo que em Portugal ainda há "pouquíssima predisposição das famílias para que os filhos se formem em dança". Hoje, no Teatro Constantino Nery, em Matosinhos, é apresentada, às 21.30 horas, a adaptação para bailado que a academia fez do conto "Pedro e o lobo", com música de Prokofiev. Diogo aparece no papel principal.
