Cerca de meio milhão de pessoas visitou, no ano passado, o "maior presépio do Mundo em movimento". Provoca autênticas romarias a São Paio de Oleiros, freguesia de Santa Maria da Feira, onde está instalado.
Os números dão uma ideia da dimensão deste presépio que há nove anos começou a ganhar forma pela mão de Manuel Jacinto, administrador da conhecida empresa de marroquinaria Cavalinho e ao qual se juntaram três dezenas de voluntários.
Os 3500 metros quadrados de exposição reúnem mais de 7000 peças de elementos ligados maioritariamente a motivos religiosos, mas também tradicionais e contemporâneos a que se somam figuras públicas e políticas.
Figuras distintas
Sobre o mesmo pavilhão, dividido em várias secções, foi possível "agrupar" figuras tão distintas como os elementos que compõem a Sagrada Família, a Nossa Senhora e os três pastorinhos e outros como Álvaro Cunhal e Eanes a jogarem cartas ao lado de Amália Rodrigues a cantar fado. Noutro cenário, não falta sequer Alberto João Jardim a dançar o bailinho da Madeira com Cavaco Silva.
A qualidade das peças e figuras é outro dos fatores de sucesso. São adquiridas por encomenda a muitos artesões nacionais. Já os movimentos mecânicos que as mesmas executam dão-lhes viva própria fazendo desta exposição um presépio vivo.
Atraídos pelo presépio e pela diversidade da exposição, os visitantes chegam às centenas em autocarros provenientes de todo o país, mas também de países vizinhos como Espanha. Por vezes, são tantos que há quem chegue a passar longos períodos de espera para poder visitar o espaço que tem entrada gratuita.
Os visitantes não poupam nos elogios. "É uma coisa fora de série. Não nos cansamos de vir várias vezes", garante Adriano Oliveira, um habitante local.
"Não é exagero se falarmos em meio milhão de visitantes, porque a partir de novembro e até março há visitas diárias de centenas e até milhares de pessoas", confirmou, ao JN, Manuel Jacinto.
Ideia remonta a 2004
Lembra que a ideia da construção do presépio começou em 2004, com um presépio modesto em frente às instalações da empresa. "Começamos a ter cada vez mais visitas e a aumentar em cada ano o tamanho do presépio", explicou.
A paixão pelo artesanato levou-o a adquirir muitas das peças que agora expõe. Muitas outras são também oferecidas pelos entusiastas.
Mas o obreiro do presépio ressalva que a atual dimensão só foi possível com a ajuda de muitos entusiastas. "Há pessoas que se apaixonam pelo presépio e passam dias e noites, fins de semana a dar-lhe vida. Só assim é possível manter esta estrutura", disse. v
