Jerusalém, cidade-site histórico que entrará sempre no top 3 de qualquer religião (cristãos, judeus, muçulmanos, para todos eles os factos importantes da sua fundação aconteceram aqui), é abundante na estatuária de leões - nos jardins, nas praças, fontanários, nas portadas das casas, há leões pousados por todo o lado.
Os leões que sorriem
Com muita frequência, os leões estão a sorrir, como um grande e branco que vejo todos os dias aqui à porta do hotel, na Rua King David. Mas ainda ninguém me soube explicar é por que é que o leão está a sorrir.
Ah, Ronaldo, finalmente
Há cinco dias no Festival de Cinema de Jerusalém, já me perguntaram várias vezes por Oliveira e por Miguel Gomes (é o nosso novo "enfant terrible" e está a impressionar mais do que meio mundo), mas ainda não me tinham perguntado por Ronaldo. É aquele comentário que se faz quando se conhece alguém e dizemos que somos de Portugal e nos respondem "Ah, Portugal... Rônáldo!". Foi ontem, com um jornalista egípcio, ele disse "Ah, Ronaldo" e eu respondi "Ah, Shikabala". Ele ficou intrigado e eu expliquei-lhe que era do SCP e que estava a brincar com ele, porque contratamos Shikabala mas nunca o vimos jogar. Ele não me soube explicar por que é que Shikabala fugiu e nos traiu, só dizia "é o Egipto, é o Egipto". Agora, de cada vez que nos cruzamos, ele diz "Ah, Ronaldo", eu respondo "Ah, Shikabala" e ele faz de conta que vai fugir.
DJ na mouche
Há dois dias, no cocktail da estreia de "Pennies", filme do árabe Badran Badran sobre a miséria palestiniana que segue o tráfico de crianças pedintes até às ruas de Israel, a música que tocava no jardim da Cinematek era terrivelmente irónica: "Always look on the bright side of life" (olha sempre para o lado brilhante da vida), dos Monty Python. O comentário foi de um critico mexicano: "Este DJ ou é um génio ou então é um cínico insensível". Enquanto bebericávamos a cerveja israelita "malte super forte 7.9", concordamos os dois que a segunda hipótese era a mais provável.
O amor é... de George Cukor
Aquela citação para impressionar e dizer à mesa à sobremesa é de uma comédia musical de 1957, de George Cukor, chama-se "Les Girls". É uma citação para ser dita pelas mulheres (que Kipling dizia serem mais mortíferas do que os homens): "O amor não é um pudim, meu querido, o amor é um suflê". Touché.
