
Sara Matos/ Global Imagens
A 19.ª edição do Sudoeste despediu-se ao som do DJ norte-americano Steve Aoki, que brindou o público com um banho de champanhe, chuva de confettis, serpentinas e bolos de chantili. O festival regressa de 3 a 7 de agosto de 2016.
Steve Aoki foi a figura omnipresente ao longo de todo o último dia de Sudoeste. Antes dele, passaram pelo palco principal Djeff Afrozila, Quentin Mosimann, Above&Beyond, Oliver Heldens e Showtek, mas o nome do DJ norte-americano esteve sempre presente no fundo do palco. Entre os festivaleiros, era o mais esperado, com alguns fãs a passearem-se pelo recinto com t-shirts com a silhueta do DJ ao peito.
Quando os ponteiros do relógio se aproximavam das 2 horas da madrugada, contagem decrescente, muitos gritos e Steve Aoki irrompe em palco, pronto para duas horas de pura folia eletrónica.
Escudado atrás de uma muralha de luzes, eletrizou a multidão em fúria pelas suas remisturas com "How Deep is Your Love", de Calvin Harris, "Lightning Strikes" ou "Lean on", de Major Lazer - medalha de ouro para canção mais repetida nos sets dos DJs ao longo dos cinco dias de festival.
Mais do que um DJ, Steve Aoki é mestre de cerimónia do seu espetáculo de variedades e o público, erudito, engalana-se a rigor para participar neste enorme circo. Há insufláveis no ar - barcos de borracha, crocodilos, bonecas -, pessoas vestidas de zebra, Winnie the Pooh, Borat, um jovem com um alvo desenhado na cara e uma rapariga que faz estranhas acrobacias aos ombros de um rapaz.
Por todo o lado, cartazes a pedir "Cake me", "Cake me, please", "Cake my girlfriend". Mas só passada mais de uma hora de espetáculo é que são atirados para a plateia 500 euros em bolos de chantili. No total, são 12, lançados como arma de arremesso ao som de "Cake face". Há quem aproveite a oportunidade para se alambazar com esta dádiva do deus Aoki, boca cheia e corpo em transe.
Antes, houve tempo para uma incursão por "Wonderwall", dos Oasis, "Bitch better have my money", de Rihanna, "My heart will go on", de Celine Dion, e até para a da banda sonora da animação da Disney "Rei Leão". Aoki acabou em tronco nu, entre a multidão, extasiada com esta "rock star" pós-moderna.
O aquecimento para Steve Aoki ficou a cargo da dupla de irmãos Sjoerd e Wouter Janssen, mais conhecidos como Showtek. Uma descarga eletro house adornada com a parafernália de fumos, confettis e fogo, que se tem visto em quase todos os espetáculos de DJs do festival, mas que nunca deixa de cumprir a importante missão de criar um ambiente festivo.
No dia em que o palco principal foi da exclusiva responsabilidade dos mestres dos pratos, o primeiro a atuar foi o português Djeff Afrozila, às 19h10, ainda o sol demorava a esconder-se na Herdade da Casa Branca. Àquela hora, era difícil competir com a roda gigante, a casa do terror ou com os diversos stands que ofereciam óculos de sol, t-shirts, tatuagens temporárias e todo o tipo de recordações que, provavelmente, acabarão esquecidas no fundo da mochila dos festivaleiros.
Ao início da noite, as atenções estavam concentradas no dérbi da Supertaça Cândido Oliveira, transmitido na tenda Moche Room e que, mesmo antes de começar, já desviava os olhares do que se passava nos outros palcos.
Sara Paço reuniu em seu redor pouco mais de duas dezenas de pessoas, mas não deixou que a falta de público afetasse o entusiasmo de estar num festival que caminha para a 20.ª edição. De guitarra ao peito, desfiou canções do disco de estreia, "Waking up the drums", melodias de inspiração pop e blues, das quais se destacam "If grapes could talk" (história de uma paixoneta com cenário nas vindimas) e "My boss is a dickhead" (dirigida ao seu antigo chefe que a proibia de dar concertos).
O palco Santa Casa receberia, ainda, Frankie Chavez, que, com as suas guitarras, conseguiu matar as saudades dos que sonhavam ouvir algum rock no festival. Sem artifícios, acompanhado por dois guitarristas e um baterista, provou que a simplicidade faz toda a diferença, em especial quando o cartaz está inundado de artistas que dão primazia ao foguetório.
A 19.ª edição do Sudoeste, que terminou na madrugada desta segunda-feira, recebeu 158 mil pessoas ao longo dos cinco dias de festival. No próximo ano, o Sudoeste regressa entre os dias 3 e 7 de agosto. Os campistas - que este ano foram 32 mil - poderão instalar-se de armas e bagagens na Herdade da Casa Branca a partir do dia 30 de julho.
