
Marco Oliveira, diretor técnico do projeto
Pedro Granadeiro/Global Imagens
Os principais clientes e adeptos do Baboom são artistas e editoras independentes. A "culpa" é do sistema de "fair trade streaming" adotado pela ferramenta e defendido pela empresa.
O Baboom, mais do que competir diretamente com serviços similares, quer assumir-se como uma alternativa "indie". É, de resto, esse o mercado com os maiores beneficiários daquele que é, segundo a empresa, o seu maior trunfo: a maior parte das receitas geradas vão para os artistas, com as contas "pro" a receberem 90% das receitas e as contas gratuitas 70%. "Havia demanda de um serviço que esteja do lado dos artistas, que acabam por ser prejudicados nos outros", diz Marco Oliveira.
O modelo de "fair trade streaming" adotado pela empresa contribui para os bons resultados junto do mercado independente, os seus principais clientes e adeptos. Com este sistema, os artistas recebem uma parte do dinheiro da assinatura dos utilizadores que os ouvem, enquanto que os sistemas mais comuns repartem as receitas por todos, conduzindo a lucros menos expressivos.
"O dinheiro vai para os artistas que o leitor está a ouvir", criando uma "ligação direta entre o fã e o artista" e incentivando quem cria a fortalecer os laços com quem ouve. "Os artistas e editores independentes perceberam rapidamente o que queríamos fazer", assegura Marco Oliveira. "Este modelo não prejudica os artistas menos conhecidos".
"Estamos ao lado dos artistas e não queremos competir com os outros. Temos o nosso próprio espaço e fazemos as coisas com outra mentalidade", esclarece o português.
No fundo, o Baboom quer ser, acima de tudo, uma "plataforma de experiências", onde os artistas são incentivados a manter os ouvintes interessados e são recompensados por isso. "Queremos evitar que o artista precise de ter um segundo emprego. Se trabalhar bem a sua ligação com os seguidores, recebe 10% do dinheiro obtido com as subscrições, o que funciona quase como um ordenado mensal", acredita. O Baboom é, assim, a "primeira plataforma a pagar por seguidor".
Para além de música em transmissão direta (streaming), o Baboom também oferece aos artistas a possibilidade de criarem uma loja para vender música, merchandising e, inclusive, bilhetes para concertos.
