
Carlos Santos Silva/Global Imagens
Cromados como já não se veem, couro como já não se usa. Carros que há décadas fizeram as delícias de famílias em férias, ajudaram playboys nas suas conquistas, acalmaram a sede da velocidade de jovens endinheirados, ajudaram pequenos negócios a evoluir ou que preencheram os sonhos de muitos adolescentes. De tudo um pouco se pode ver e comprar, até este domingo, na Exponor, em Matosinhos, na 13.ª edição da Autoclássico. O certame espera acolher este ano cerca de 40 mil visitantes.
Difícil mesmo é eleger o mais bonito, entre tantos Jaguar Type E - o mais confortável, o mais luxuoso, o mais bem restaurado, o mais raro, o "nunca visto a não ser em revistas".
Mas está lá um, que poucos viram a não ser em fotografia: a recriação de um Jaguar E-Type Low Drag, construído a partir de um coupé. A marca construiu três e este, garante Nuno Gama Rocha, apesar de ser uma recriação, "é elegível para participar em qualquer corrida". As linhas impressionam, a atenção ao detalhe é quase doentia e o preço está a condizer. "Custa 240 mil euros e há pelo menos um interessado português", garante Nuno Gama Rocha.
No mesmo stand, de uma empresa de Vigo que participou em todas as edições da feira, também brilha um Mercedes 250 SE cabrio, com o preço igualmente ofuscante de 140 mil euros.
Mas a entrada no salão é logo um regalo para os amantes de automóveis. Além de um raro Velorex, com carroçaria em pergamoide, um E-Type ombreia com um Lotus Espirit e prepara-nos para dois Ford Mustang: um Shelby 350 GT, da década de 60 do século passado, e o novíssimo modelo, que voltou a ser comercializado em Portugal.
A Fiat também está lá em força, com o seu icónico 600, incluindo o Multipla, o precursor dos monovolumes atuais, e dois Abarth, bem como um 131 Abarth e um Lancia Delta Integrale.
Para os amantes da velocidade, também não faltam motivos de interesse: os Porsche 911, um lindíssimo Lamborghini Espada e o mais recente Murciélago, para carteiras mais recheadas, pois custa 165 mil euros.
Não faltam Mercedes, MG, Volkswagen (Carocha), Peugeot, Rolls Royce, Renault 4 ou Citroën. Mas, como não ficar deliciado com os pequenos Isettas, com desenho italiano e que foram construídoa na Espanha, Bélgica, França, Brasil, Alemanha e Reino Unido?
Vá num clássico e não paga parque
Neste 13.º Autoclássico, o desporto automóvel vai estar em destaque com o Motorshow, em que participam dezenas de automóveis de competição.
Para quem já tem um clássico e procura peças, há um pavilhão repleto delas. E a fama do salão chegou longe. António Pajares viajou desde Leon, em Espanha, para vender todo o tipo de peças na Exponor.
"Vou a todas as feiras em Espanha e falaram-me muito bem desta aqui. Fiz 400 quilómetros e cá estou. Espero ter motivos para voltar no próximo ano", referiu o comerciante ao JN.
A feira pode ser visitada hoje, entre as 10 e as 21 horas, e ainda amanhã, até às 20 horas. A entrada custa 10 euros e a organização oferece estacionamento gratuito - mas só àqueles que se deslocarem à Exponor a bordo de um clássico.
