
Rui Oliveira / Global Imagens
Lucas Castello Branco, que passou pelo Mexefest e pelo Passos Manuel, entre outros palcos portugueses nas últimas semanas, atua este sábado no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães.
O concerto de Guimarães fecha a tour do cantautor brasileiro em Portugal, mas será mais um "até já", uma vez que o "comunicador", como se define, está já a trabalhar no seu próximo disco e procura na Europa o produtor desse segundo momento.
O espetáculo, que começa à meia-noite e cujos bilhetes custam três euros, será baseado no disco de estreia - "Serviço", que tem "pop, rock, funk, rap, tudo" e canções que tentam "facilitar entendimentos" sobre a vida -, mas com "um formato bem diferente" daquele a que Castello Branco habituou os fãs brasileiros, mais intimista. Sem banda e sem conhecer outros músicos em Portugal, Lucas fez "uns loops no computador" que servirão apenas para o acompanhar. A ele e ao seu violão.
Lucas cresceu no seio de uma comunidade espiritual, no interior de Minas Gerais e no interior do Rio de Janeiro, onde a mãe escolheu viver, e só aos 16 anos chegou à cidade, com a sofreguidão de quem queria ver mundo pelos próprios olhos. Formou-se em Cinema, por influência do pai, que é documentarista, chegou a trabalhar na Fashion Rio como assistente de cenografia e fez parte dos R. Sigma, banda rock que "experimentou muita coisa" e editou o disco "Reflita-se". Conheceu Lôu Caldeira, que hoje é o seu diretor artístico, "um pouco antes de a banda acabar" e foi ele quem o convenceu a "fazer a sua música" e lhe apresentou as mais diversas referências.
Em Guimarães, Castello Branco levantará ainda o véu sobre o seu segundo disco, que será "mais maduro" e cuja edição deverá acontecer em 2016. "Há músicas neste show que já são desse próximo momento", antecipa. São os casos de "O peso do meu coração" - tema que já tem vídeo disponível online, no YouTube da Videoteca Bodyspace - e "Isso não é bom".
No próximo disco, Castello Branco, 29 anos, feitos ontem, vai "pegar mais leve no instrumental". Será "um baião [estilo musical do nordeste brasileiro] introspetivo, quase eletrónico, mas sem soar eletrónico, com alguma relação com a máquina", descreve.
