Num tribunal de primeira instância de Bruxelas serão, esta segunda-feira, decididas as datas para o julgamento do caso "Tintin no Congo", cujo teor é considerado racista por um cidadão congolês residente na capital belga.
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O processo judicial foi iniciado em Abril de 2010 por Bienvenu Mbutu Mondondo, que acusou a sociedade Moulinsart, que detém os direitos, e as edições Casterman por causa do teor racista da banda desenhada "Tintin no Congo", de Hergé, publicado pela primeira vez em 1931.
Ao queixoso juntou-se entretanto a associação francesa Le Cran (conselho representativo das associações negras).
O ministério público tinha considerado que o tribunal de primeira instância não tinha competência para julgar o caso, que deveria ir para a justiça comercial, mas no passado dia 5 aquele tribunal declarou-se competente para o efeito e marcou para esta segunda-feira a definição das datas das sessões.
A acusação pede a cessação da publicação daquela obra de Hergé ou então a aplicação de uma cinta em cada livro que avise o leitor sobre o conteúdo racista da obra.
Na segunda hipótese, o queixoso pretende que seja incluído um prefácio explicando o contexto histórico no qual a obra foi criada e que seja retirada das prateleiras das livrarias destinadas às crianças.