
UEFA mudou nome e figurino da segunda prova, que passa a distribuir prémios monetários.
Arranca hoje, quinta-feira, a fase de grupos da Liga Europa, forte aposta da UEFA no processo de renovação das provas. A competição que substitui a Taça UEFA entra agora numa fase de mini-Champions e passa a atribuir prémios monetários.
A época 2009/2010 marca uma viragem nas competições de clubes organizadas pela UEFA, com o francês Michel Platini a cumprir uma das promessas que o levou à presidência do organismo que gere o futebol europeu. A Liga dos Campeões foi profundamente remodelada, numa óptica que visou permitir que mais equipas campeãs pudessem aceder à fase de grupos. Mas a maior transformação foi a criação da Liga Europa, o que implicou a extinção da Taça UEFA, que existia desde 1971/72, altura em que sucedeu à Taça das Cidades com Feira.
A grande aposta da UEFA passou por montar uma fase de grupos à imagem da Champions, em termos desportivos e financeiros. As mudanças visaram potencializar a criação de receitas - os direitos televisivos a partir da fase de grupos, inclusive, passam a ser directamente negociados pela UEFA -, para reforçar as depauperadas finanças de maior parte dos clubes europeus.
Assim, o vencedor da Liga Europa tem garantido um mínimo de 5,6 milhões de euros, a que poderá juntar ainda os prémios arrecadados por cada vitória (140 mil euros) e por cada empate (70 mil euros) instituídos para a fase de grupos.
Cada clube presente na fase de grupos garantiu, logo à partida, um encaixe de um milhão de euros. A ultrapassagem de cada fase a eliminar também passa a ser premiada, embora dinheiro a sério só mesmo para os finalistas. Aquele que perder a final arrecada dois milhões de euros, enquanto o vencedor terá direito a três milhões de euros.
A nova Liga Europa abriu as portas das provas da UEFA a mais clubes, com as três eliminatórias e o play-off a movimentarem um total de 174 equipas, contabilizando já as 15 equipas vindas da terceira pré-eliminatória da Champions.
Em termos desportivos, a fase de grupos da Liga Europa foi ampliada em relação à da extinta Taça UEFA. Passam a existir 12 grupos de quatro equipas, em vez dos anteriores oito de cinco na Taça UEFA, pelo que o número de clubes participantes nesta fase cresceu de 40 para 48.
Outra novidade é que a fase de grupos passa a ser pura - jogam todos contra todos, a duas voltas -, acabando-se com a experiência iniciada na época de 2004/05, quando foi introduzida na Taça UEFA, em que cada equipa fazia dois jogos em casa e dois fora.
Os dois primeiros classificados de cada grupo apuram-se para a fase eliminatória, que mantém o figurino que já existia na Taça UEFA. Assim, nos 16 avos-de-final entram em cena oito novos clubes, os terceiros classificados da fase de grupos da Liga dos Campeões.
A nova Liga Europa servirá, a partir da fase de grupos, para testar equipas de arbitragem compostas por cinco elementos - seis contabilizando o quarto árbitro -, o que acontece pela primeira vez numa prova profissional. O trio normal de juízes passará a contar com a colaboração de dois árbitros de baliza (ver texto na página 48).
A UEFA já testou equipas com cinco elementos em 2008, em vários torneios de jovens, realizados na Eslovénia, na Hungria e em Chipre. Michel Platini é um forte defensor desta medida, em contraste com a oposição feroz à inclusão das novas tecnologias (vídeo). Para já, os 24 sextos de árbitros hoje em acção estão proibidos de comentar publicamente como decorreu a experiência.
