A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) vai alegar justa causa para despedir o seleccionador Carlos Queiroz, caso este volte a ser punido pelo Conselho de Disciplina (CD), como tudo o indica, sentença a ser dada durante este mês de Setembro.
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Por agora, a pena aplicada pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), de seis meses de suspensão, não suscita reacções entre os responsáveis federativos, até porque o CD ilibou Queiroz daquele ilícito (perturbação de um controlo antidoping).
A deliberação de despedimento só se vai colocar quando for conhecida a deliberação do CD que, por certo, vai, previsivelmente, punir o seleccionador com mais uma suspensão. Isto a não ser que Queiroz verifique que não tem condições para continuar e chegue a um entendimento com a FPF. Mal saia a decisão, a Direcção reunirá, com urgência, para agir em conformidade e resolver a questão, sem mais demoras.
Recorde-se que no CD estão duas queixas feitas pelo vice-presidente Amândio de Carvalho e pela Direcção federativa, que se sentiu, também, atingida pela alegada ofensa de Queiroz, quando catalogou o dirigente como “ a cabeça do polvo” –, logo os tentáculos seriam os restantes directores... Num caso, houve acusação, no outro, uma insinuação.
Certo é que Queiroz vai ter uma agravante na decisão do processo, pois é reincidente no mesmo tipo de infracção (injúrias). Primeiro, a Luís Horta, da ADoP, e, mais recentemente, a Amândio de Carvalho.
É evidente que o seleccionador vai, caso seja punido, recorrer para o Conselho de Justiça (CJ), mas como a pena não é suspensiva, será somada à actual, de sete meses, (um mais seis ), até porque são infracções diferentes, o que inviabiliza um cúmulo jurídico.
Agostinho Oliveira é, presentemente, o responsável técnico pela selecção, uma situação que a FPF esclareceu, comunicando-lhe (o técnico manifestou dúvidas sobre se teria de obedecer a Queiroz) que tem toda a autonomia para decidir e que não necessita de o fazer em articulação com o ainda seleccionador. Também ficou a saber que a FPF enviou uma carta a António Simões, notificando-o de que o seu contrato, que terminou ontem, não seria renovado.
Simão e Ferreira irredutíveis
Entretanto, Queiroz contactou os jogadores Simão e Paulo Ferreira com o objectivo de estes abandonarem a selecção mais tarde. Porém, os atletas recusaram, alegando que as respectivas recusas só faziam sentido sendo tomadas no início da campanha para o Euro 2012.
