Portugal, com encontros fenomenais de Marcos Freitas e Tiago Apolónia, sagrou-se este domingo pela primeira vez campeão europeu de ténis de mesa, após bater por 3-1 a favorita Alemanha, que procurava em Lisboa o sétimo título consecutivo.
No MEO Arena, Apolónia abriu as portas para a medalha de ouro quando, surpreendentemente, venceu no terceiro encontro Dimitrij Ovtcharov, o atual líder do "ranking" europeu, por 3-1, e Marcos Freitas, com nova exibição dominadora, garantiu o mais alto lugar do pódio para a seleção portuguesa, com um triunfo sobre o "galático" Timo Boll, também por 3-1, num duelo entre lusos e germânicos que durou um total de três horas.
Contra todas as expetativas, Portugal pôs fim a quase uma década de domínio da Alemanha no ténis de mesa europeu, muitos graças ao madeirense Marcos Freitas, que apenas sofreu duas derrotas em toda a competição, uma delas perante Boll na fase de grupos.
E foi mesmo Marcos Freitas, quarto do "ranking", que começou a abrir caminho para Portugal nesta final, com um contundente triunfo por 3-0 sobre Steffen Mengel, 13.º, com um triplo 11-8.
Como esperado, a Alemanha respondeu em força com Timo Boll, que precisou apenas de 26 minutos para ultrapassar João Monteiro, por 3-0, com os parciais 11-7, 11-1 e 11-8, e empatar a final.
Ausente na fase de grupos, Dimitrij Ovtcharov, jogador nascido na Ucrânia e que recentemente chegou a número um, era o grande trunfo dos germânicos para a final, num terceiro jogo que prometia ser dos mais desequilibrados, já que Tiago Apolónia, mesmo sendo o sétimo do "ranking", tinha apenas uma vitória em toda a prova.
O jogador português surpreendeu tudo e todos e rapidamente venceu os dois primeiros "sets", por 11-7 e 11-2, perante um Ovtcharov que começava notoriamente a perder a calma. O número um do "ranking" europeu salvou um ponto de encontro e acabou por vencer a terceira partida, por 13-11, mas Apolónia regressou em força no quarto, "selando" a vitória por 3-1, com um 11-9.
De repente, a possibilidade de Portugal chegar a um inédito título europeu começou a ganhar a força e poderia já acontecer caso Marcos Freitas conseguisse bater Timo Boll, uma das maiores figuras do ténis de mesa mundial.
Perante dois mil adeptos portugueses, que foram aumentado o ruído no MEO Arena, o mesatenista madeirense deu logo um sério aviso ao número dois do "ranking" europeu, ao conquistar o primeiro "set", por 12-10, depois de ter salvado dois pontos de partida.
Boll arrecadou o segundo parcial com um 11-5, mas Freitas mostrou-se superior ao alemão e venceu com toda a justiça os terceiro e quarto "sets" por 11-6 e 11-9, garantindo o título europeu.
"Já nem me lembro do ponto que nos deu o campeonato, só me lembro de estar no chão a festejar com os meus companheiros", confessou Marcos Freitas aos jornalistas, após ter recebido a medalha de ouro juntamente com os restantes membros da equipa lusa.
Na memória dos jogadores também estava o confronto com a Áustria. Portugal esteve a um encontro de ser eliminado na fase de grupos, mas acabou por garantir o apuramento e, passados três dias, sagrou-se mesmo campeão europeu.
