O dia 19 de abril jamais se apagará da memória de Emanuel Filipe Soares.
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Jardel, como é conhecido no mundo do futebol, sofreu uma paragem cardiorrespiratória aos 20 minutos do jogo Águias de Eiriz-Baltar, da Série 2 da 1.ª Divisão, e esteve à beira da morte. Quase dois meses depois do incidente, o empresário, de 35 anos, abriu as portas de casa ao JN e, com um brilho no olhar, reconhece que é um "milagre" ter sobrevivido.
"Lembro-me de ter feito um remate à baliza e, quando estava a recuperar a posição, senti umas tonturas. Depois, verguei-me até cair", recorda, emocionado, Jardel, que esteve 46 dias internado no Hospital São João, no Porto. "Estive uma semana sem reação nenhuma. Depois, ouvi a minha esposa a falar nos bebés e as lágrimas vieram-me aos olhos", conta o avançado do Águias de Eiriz, garantindo que os filhos, Francisca, de oito anos, Afonso e Clara, de cinco meses, foram decisivos para a recuperação. "Só ao 19.º dia comecei a recuperar e não parei de falar nos meus filhos. Foram eles e a minha mulher [Paula Meireles], o meu anjo da guarda, que me salvaram".
Ultrapassado o susto, Jardel ficou sem qualquer sequela, mas terá de viver com um cardiodesfibrilador implantável (CDI) o resto da vida. Nada, porém, que retire o sorriso ao jogador, que tinha o hábito de ser o animador do balneário. "Sempre fui brincalhão e acho que vou deixar saudades", constata, sempre sorridente, prometendo continuar a brilhar, agora fora das quatro linhas. "Os médicos disseram que posso levar uma vida normal e é isso que vou fazer. Já marquei o golo da minha vida e agora só quero desfrutar junto de quem gosto". E está muito a tempo.