A taxa de inflação portuguesa de 2009 deve ser negativa em 0,2 %, segundo as novas previsões divulgadas pelo Banco de Portugal, mas a instituição afasta que esse seja um cenário de deflação.
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O boletim económico de Primavera publicado a meio da tarde revê a projecção para a taxa de inflação deste ano (medida pela variação homóloga do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor), antecipando agora uma descida de 0,2 por cento, em vez da anterior subida de 1,0 por cento antecipada a 6 de Janeiro.
No entanto, apesar desta taxa ser negativa, o Banco de Portugal afasta o cenário de deflação.
"De acordo com a informação disponível, esta redução do índice geral de preços do consumidor distingue-se de uma situação de deflação, na medida em que traduz uma redução temporária e muito condicionada pela evolução dos preços dos bens energéticos, os quais deverão registar uma forte queda", pode ler-se no boletim.
Em declarações à Lusa, na segunda-feira, o economista-chefe do Santander, Rui Constantino, explicou que para se falar em deflação é necessária a conjugação de três factores: a descida dos preços deve ser generalizada (ocorrendo nos preços de todos os bens e serviços); deve ser persistente, ou seja, tem de ser prolongada no tempo e não apenas durante alguns meses; e é preciso que os agentes económicos assumam que os preços vão continuar a cair no futuro, adiando assim as suas despesas de consumo.