Os concorrentes à subconcessão das Auto-Estradas do Centro (AEC) apresentaram propostas com custos, para o erário público, de 1,4 e 1,7 mil milhões de euros.
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As propostas, abertas ontem pela empresa pública Estradas de Portugal (EP), são de consórcios liderados, respectivamente, pelas construtoras Soares da Costa e Mota-Engil.
A subconcessão das AEC, a que o PSD chamava "Auto-Estrada Cor-de-Rosa", em período eleitoral, inclui a construção, exploração e conservação de 187 novos quilómetros de auto-estrada, nos distritos de Aveiro, Coimbra e Viseu, mas também a requalificação de 192 quilómetros de estradas, de que se destaca o IP3 (Coimbra-Viseu).
A EP divulgou, no seu site, dois tipos de custos diferentes nas propostas dos concorrentes: os de construção das novas auto-estradas; e o do esforço financeiro total exigido à EP, de construção, exploração, manutenção e financiamento bancário. E é aqui que a Mota-Engil se põe em vantagem, propondo 1.4 mil milhões de euros.
Já no que respeita só a custos de construção, a proposta da Soares da Costa, de 1.332 milhões de euros, é ligeiramente mais vantajosa. A Mota-Engil propõe 1.389 mil milhões.
Este é o segundo concurso das AEC. O primeiro foi anulado, na altura das legislativas. Oficialmente, porque os concorrentes haviam inflacionado demais as suas propostas, da primeira para a fase final do concurso. O consórcio da Mota-Engil subiu de 535 milhões para 1.1 mil milhões, e o da Edifer de 841 milhões para 1.9 mil milhões.
No caderno de encargos do novo concurso, a EP introduziu uma alteração. Estabelece que, no troço do IC2 Mealhada-Oliveira de Azeméis, só haja uma nova auto-estrada "quando o tráfego diário médio anual se torne superior a 12 500 [veículos]". Enquanto for inferior, admite-se uma estrada com faixa de rodagem única, sem portagens.
A alteração, segundo a EP, é justificada pela "revisão recente das projecções de tráfego". O troço Mealhada-Oliveira de Azeméis passa ao lado da A1 e da A 17 e, se construído, na zona Estarreja, haverá três auto-estradas paralelas num raio de 7 quilómetros.
As maiores obras da subconcessão são a construção de auto-estradas entre Coimbra e Mealhada (ou Oliveira de Azeméis), Coimbra e Viseu (além da manutenção do perigoso IP3) e Mealhada e Mangualde.