O fiscalista e especialista em assuntos europeus Nuno Sampayo Ribeiro considera que os valores da execução orçamental de Fevereiro são "animadores", mas ressalvou ser cedo para avaliar "dada a escala do problema" de Portugal.
"Os dados que são agora divulgados indiciam uma trajetória positiva que é animadora", admitiu o especialista, citado pela Agência Lusa, acrescentando que os números precisam de ser confirmados durante a execução orçamental do ano.
O Governo vai apresentar um superavit histórico de 836 milhões de euros na sua execução orçamental de Fevereiro quando comparado com um défice de 230,4 milhões de euros para o mesmo período de 2010.
Os números agora divulgados são "um indício que precisa de ser testado e confirmado pela execução orçamental durante o ano e pelo reforço da transparência do processo orçamental para que não haja dúvida sobre o que está na origem destes números no âmbito de uma manobra global das finanças públicas, quer do ponto de vista da receita quer do ponto de vista da despesa", defendeu Nuno Sampayo Ribeiro.
Para o fiscalista, a execução orçamental que o Governo vai apresentar não servirá para afastar o cenário de necessidade de recorrer a ajuda externa porque Portugal já está nesse quadro "no sentido em que o Banco Central Europeu tem sido um elemento de apoio à resolução das necessidades de financiamento da economia portuguesa".
Nuno Sampayo Ribeiro considera que "ainda é cedo para se tirar uma ilação sobre a necessidade" de recorrer ao Fundo de Estabilização Europeu ou ao FMI, "dada a escala e o calendário do problema português, quer em termos de financiamento quer de crescimento".
