O Sindicado dos Maquinistas acusa a CP de eliminar comboios em várias linhas "a pretexto" das greves convocadas pela estrutura e outros sindicatos, acusação refutada pela empresa.
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O SMAQ, em comunicado divulgado quinta-feira, acusa a administração da CP de utilizar "como pretexto" as greves declaradas pelo Sindicato dos Maquinistas e outros sindicatos do sector para "(não) fundamentar o seu 'plano' de supressão de comboios em várias linhas nacionais - urbanos, regionais e longo curso"".
Na CP estão em curso greves ao trabalho extraordinário.
Para hoje está marcada pelo SMAQ uma nova paralisação parcial, entre as 04:59 horas e as 09:00 horas e entre as 17:00 horas e as 20:30 horas.
Segundo a transportadora, não haverá circulação de quaisquer comboios até às 08:00 horas e durante toda a manhã prevêem-se fortes perturbações, com vários atrasos e supressões.
Os sindicatos, incluindo o dos maquinistas, reclamam a aplicação das regras do Acordo de Empresa ao trabalho extraordinário e em dias de feriado e de descanso semanal, em detrimento das regras da Função Pública.
No texto, disponível no portal do SMAQ, o sindicato refere que a CP, operadora pública, "suprime os comboios de São Pedro/Linha de Cascais, de 01 a 15 de Junho", estendendo a vigência das alterações até 28 de Setembro de 2013.
O SMAQ acrescenta, sem precisar a informação, que foram suprimidos comboios em Sintra e noutras linhas, que "não são realizados em trabalho extraordinário ou em dia de descanso".
A empresa, acrescenta o sindicato, "dispõe de maquinistas diariamente, sem serviço, para assegurarem os comboios em causa".
A agência Lusa procurou, sem sucesso, obter esclarecimentos adicionais junto do presidente do SMAQ, António Medeiros.
Confrontada com as acusações, a porta-voz da CP, Ana Portela, respondeu apenas que tal "é absolutamente falso".
Na terça-feira, a CP anunciou que revira a sua oferta para enfrentar as greves e que suprimiria comboios em Junho nas Linhas de Cascais e Sintra.
A porta-voz da transportadora explicou que, em Junho, "face ao cenário alargado de greves, às horas extraordinárias, em todos os dias feriados (nacionais e municipais) e a 3 de Junho [hoje], a CP optou por suprimir alguns comboios enquanto duram as paralisações, para poder garantir que faz os outros".
Em causa está a supressão de 40 comboios diários, de um total de cerca de 400, nas ligações entre o Cais do Sodré e São Pedro do Estoril (Linha de Cascais) e de quatro em 273 comboios diários nas ligações entre Monte Abraão e Alverca (Linha de Sintra).
Ana Portela assegurou que "a supressão destes comboios não significa que não haja serviço às populações".
A porta-voz deu como exemplo o caso de composições que serão eliminadas na Linha de Cascais: "serão suprimidos comboios da chamada família São Pedro do Estoril, mas todos os comboios que não parariam anteriormente nas paragens servidas pelos comboios que serão suprimidos passam a parar".