A Confederação do Turismo Português (CTP) admite que "o espaço de manobra do Governo PSD que vier a ser empossado é algo estreito face aos compromissos assumidos com a 'Troika'", mas alerta desde já que, de modo algum, pode ser "posta em causa a valência competitiva de Portugal em matéria de segurança de pessoas e bens".
Corpo do artigo
As necessidades de segurança prendem-se, explicita a CTP, com "a necessidade de policiamento visível ,o que deverá implicar a maior ponderação na gestão dos efectivos policiais", nomeadamente no Algarve.
Os empresários do turismo pedem ao futuro Governo que saiba estimular a competitividade e a produtividade, "na sua vertente de flexibilização das relações laborais e organização dos tempos de trabalho", fazendo ainda a "revisão urgente do funcionamento da Justiça".
Uma "diferenciação positiva nos bens e serviços transaccionáveis" é o que o sector pede em relação à taxa de IVA, recordando que o turismo é o "expoente máximo no que respeita à exportação de serviços". No caso de haver mexidas nas taxas a aplicar, a CTP defende que"os vários subsectores do turismo, alojamento, restauração e golfe, deverão ter um tratamento especial, pelo impacte negativo que qualquer subida das suas taxas tem na sua competitividade e na sua contribuição para o PIB, bem como na criação de emprego directo e indirecto".
Sendo grande parte do tecido empresarial constituído por pequenas e médias empresas que se "deparam com grandes dificuldades no acesso ao crédito" e no "relacionamento com a banca", a CTP considera "necessário o retorno, ainda que temporário, a um modelo de financiamento directo" por parte do Turismo de Portugal, IP, à semelhança do Fundo de Turismo que existiu no passado. A CTP pede, todavia, menor intervenção daquele instituto, também responsável pela transferência de verbas do Estado para as associações de Turismo, com vista à promoção externa, com vista a uma "maior descentralização e articulação com o sector privado". Os empresários do turismo entendem que o modelo actual peca pelas "definições estratégicas e de mercados pelo Turismo de Portugal, que não tem tido, em alguns casos, em devida conta as especificidades dos destinos regionais que melhor conhecem as suas potencialidades".