Os líderes das vinte maiores economias mundiais chegaram a acordo para adoptar um plano de acção para lutar contra a volatilidade dos preços agrícolas, declarou o ministro francês da Agricultura, Bruno Le Maire, cujo país preside ao G20.
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"Hoje é um grande dia, obtivemos um acordo histórico", congratulou-se Le Maire, à saída desta reunião do G20 (grupo que reúne a 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia), a primeira do género sobre agricultura.
"Foi uma verdadeira proeza da comunidade internacional", acrescentou o ministro francês, garantindo que o acordo contém "medidas concretas" que vão além das "declarações de princípio".
O seu homólogo norte-americano Tom Vilsack já tinha mostrado a sua satisfação com o "consenso".
"O consenso obtido hoje pelos ministros da Agricultura resulta de uma unidade histórica para transpor desafios urgentes como a fome e a volatilidade dos preços dos alimentos", afirmou Vilsack numa declaração escrita.
A França propôs um plano de acção centrado em cinco "pilares": reinvestir na agricultura mundial para "produzir mais e melhor", aumentar a transparência dos mercados, melhorar a coordenação internacional para prevenir e gerir as crises e regular os mercados de derivados de matérias-primas agrícolas.
Os ministros decidiram, por exemplo, aumentar a produção agrícola mundial, procurando melhorar a produtividade do trigo, segundo o texto do acordo, que permanece prudente sobre os temas mais polémicos.
Sobre a transparência dos "stocks", que suscita a desconfiança da China e da Índia, que consideram estas informações estratégicas, o G20 vai limitar-se a criar um sistema de informações sobre os mercados, baptizado AMIS, que funcionará no seio da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).
Esta base de dados visa "encorajar" os países a partilhar os dados e a melhorar os sistemas de informação existentes, sem prever medidas coercivas.