A produção de castanha na zona de Marvão, no Alto Alentejo, diminuiu este ano e o calibre também é inferior em relação a campanhas anteriores.
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"A falta de chuva nas últimas semanas está a deixar a castanha seca, sem água e a mirrar e, por isso, os calibres são este ano mais pequenos", explicou o Luís Vitorino, vive-presidente do município local à agência Lusa.
A grande maioria da produção de castanha da zona é canalizada para a Cooperativa Agrícola de Porto Espada (CAPE) que, com o apoio logístico do município de Marvão, comercializa depois o fruto.
De acordo com Luís Vitorino, a produção de castanha "vai baixar", este ano, esperando-se uma produção a rondar as "80 toneladas".
O escoamento deste produto está "assegurado", uma vez que a produção está a ser comercializada para o norte do país.
De acordo com especialistas, a região de Marvão é a "única a Sul do Tejo" onde se verifica a existência de castanheiros.
O micro clima da Serra de São Mamede, propício à produção de castanha, já levou a que as entidades que tutelam o sector considerassem a castanha de Marvão como de "origem protegida".
No que diz respeito à falta de mão-de-obra, um dos problemas com que os produtores se têm debatido nos últimos anos, na campanha deste ano não veio a acontecer, uma vez que "há muita gente no desemprego", salientou o autarca.
"Não há falta de mão-de-obra. Há muita gente no desemprego e há cada vez mais pessoas a quererem trabalhar na apanha da castanha", sublinhou.
Luís Vitorino indicou ainda que a doença da tinta (um dos principais problemas dos castanheiros) não se fez sentir na região na presente época, sublinhando que as únicas árvores afectadas foram os "choupos velhos".
"Os choupos novos e os que estão em plena produção não têm doença. No entanto, a Câmara de Marvão tem em desenvolvimento um programa onde estamos a fazer podas e tratamentos para combater a doença da tinta", declarou.