O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, justificou, segunda-feira, que a racionalização das empresas públicas de transportes é necessária para assegurar que o fim transportes públicos não se torne uma realidade. Estas declarações surgem devido à greve que na terça-feira vai paralisar os transportes públicos.
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"A greve é, obviamente, um direito inalienável que as pessoas têm e o Governo respeita muito esse direito. No entanto, a expectativa que temos é que o dia de amanhã (terça-feira) seja uma excepção no dia a dia dos portugueses", disse Sérgio Monteiro.
"Se o Governo nada fizesse no sentido de racionalizar o custo actual da prestação do serviço público, era a prestação do serviço público que estava em causa e, portanto, o dia de amanhã (terça-feira), que é um dia excepcional passaria a ser o dia-a-dia com que os portugueses se confrontavam", explicou à Lusa.
O secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações admitiu que terça-feira deverá ser um dia "difícil", mas sublinhou que o "Governo está todos os dias, e não apenas nesta ocasião, a envidar os maiores esforços para que exista um serviço público sustentável", cujo custo "seja enquadrável no contexto de restrições orçamentais que vivemos hoje".
Sobre as propostas do grupo de trabalho de reformulação da rede de transportes nas áreas metropolitanas, que terão de ser entregues ao Governo até ao final do mês, e que motivam, em parte, este protesto, Sérgio Monteiro disse que estas "serão sempre para garantir que o serviço público seja uma realidade, com um impacto mínimo do serviço aos cidadãos e com um impacto máximo do ponto de vista orçamental".
O governante garantiu novamente que, apesar da reestruturação que será feita nas empresas públicas, "nenhum português ficará sem transportes públicos", mas não concretizou as medidas que serão postas em prática neste sentido.
Na terça-feira, os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa estarão em greve entre as 6.00 horas e as 10.00 horas. Na CP haverá dois períodos de greve: um entre as 5.30 horas e as 08.30 horas e outro entre as 17.30 horas e as 20.30 horas.
No transporte rodoviário, na Carris e na Sociedade de Transportes Colectivos do Porto os trabalhadores paralisarão entre as 10.00 horas e as 16.00 horas.
Na Transtejo e na Soflusa, empresas que asseguram a travessia fluvial entre as duas margens do rio Tejo, em Lisboa, haverá plenários de trabalhadores com paralisações entre as 14.00 horas e as 17.30 horas.