
O secretário-geral da CGTP questionou o ministro da Economia sobre o problema da Cerâmica de Valadares
Rui Oliveira / Global Imagens
O secretário-geral da CGTP revelou, esta sexta-feira, que questionou o ministro da Economia no final da reunião de quarta-feira da concertação social sobre o problema da Cerâmica de Valadares, sem que tenha obtido resposta afirmativa.
"No final da reunião da concertação social nós confrontámos o ministro da Economia com o problema da Valadares e dissemos-lhe claramente que o ministro da Economia, mais do que andar a propagandear que tem 1500 milhões de euros para financiar as empresas, o que tem é que responder objectivamente aos problemas com que os trabalhadores estão a ser confrontados e, particularmente, os trabalhadores da Valadares", afirmou o dirigente da CGTP, Arménio Carlos, num encontro com trabalhadores da fábrica.
Mais tarde, questionado pelos jornalistas acerca da intervenção junto do Governo, Arménio Carlos declarou que o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, "disse que tinha um gabinete de crise, que não gostava de divulgar, mas que estava a acompanhar este processo há quatro meses".
Para o dirigente sindical, é incompreensível que o processo da Cerâmica de Valadares esteja a ser acompanhado pelo ministro há quatro meses e que "neste momento estes trabalhadores tenham dois meses de salários em atraso", sem que haja sinais de progressos.
Arménio Carlos lembrou que a solução que propôs para os Estaleiros Navais de Viana do Castelo na manhã desta sexta-feira, de recorrerem à nova linha de crédito PME Crescimento, que tem uma dotação de 1,5 mil milhões de euros, também pode ser aplicada para a Valadares.
"Se se confirmar que não há gestão danosa, porque se houver não vale a pena meter dinheiro num buraco sem fundo. Primeiro, tem que se ver se a gestão é correcta e em segundo lugar desbloquear as verbas", disse o secretário-geral da CGTP.
A administração da Cerâmica de Valadares garantiu, quinta-feira, estar "a fazer de tudo" para pagar os salários de Dezembro até ao final da semana, apesar de considerar "não ter qualquer obrigação de o fazer" face à recusa da sua proposta pelos trabalhadores.
A administração está "a fazer de tudo para pagar o mês de Dezembro até esta sexta-feira [hoje], apesar de não ter qualquer obrigação de o fazer nessa data, uma vez que os trabalhadores recusaram a proposta de os salários serem pagos de forma faseada", afirmou o administrador da empresa.
Para Galvão Lucas, "ainda não há certeza da possibilidade de pagar o mês de Dezembro na sexta-feira, mas os esforços estão todos a ser feitos"
