O presidente executivo da EDP afirmou, esta quinta-feira, que "a questão da existência de rendas é um falso problema", negando haver ganhos excessivos da empresa, ao contrário do que o Governo e a 'troika' têm afirmado.
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António Mexia, que falava na conferência de apresentação de resultados anuais da EDP, mostrou "total abertura para encontrar uma solução [com o Governo]", mas foi dizendo que a questão das rendas tem de ser vista "no momento em que é decidida e feita" e não mais tarde.
O responsável máximo da energética frisou que Portugal tem "as rendas mais baixas na Europa" e que, no futuro, o défice tarifário, atualmente no montante de cerca de 3,2 mil milhões de euros, "é perfeitamente sustentável e gerível", havendo um compromisso de este chegar a zero até ao final de 2020 sem haver aumentos bruscos de preços aos consumidores.
António Mexia sublinhou que o sistema elétrico "não tem problemas estruturais e parte de uma situação em que os preços são mais baixos que na Europa".
Comentando o aumento da eletricidade para 2012, o presidente executivo da EDP colocou o ónus numa "razão fiscal", já que o IVA aumentou de 6 por cento para 23 por cento, enquanto que o aumento imposto pelo regulador foi de 4 por cento.
A EDP obteve lucros de 1.125 milhões de euros em 2011, mais quatro por cento do que no ano anterior, o que representa o melhor ano de sempre da elétrica.
A empresa registou em 2011 um EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 3.756 milhões de euros, um crescimento de quatro por cento face ao ano de 2010.
A maioria do EBITDA foi gerado fora de Portugal, sendo que no mercado nacional caiu cinco por cento, adiantou a empresa liderada por António Mexia.