O setor não lucrativo em Portugal tem uma dimensão maior do que era estimado. As instituições portuguesas sem fins lucrativos contribuíram com 2% para o Produto Interno Bruto nacional, entre 2002 e 2010, ocupando o 13.º lugar numa tabela de 15 países.
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A comparação feita pelo Centro de Estudos da Sociedade Civil da Universidade John Hopkins (EUA) coloca Portugal atrás de Moçambique (3.º da lista, com 6,6%), do Brasil (10.º, com 2,3%), do Quirguistão (11.º, com 2,2%) e do México (12.º, com 2%), e à frente da Noruega (14.º, com 1,6%) e da República Checa (15.º, com 0,6%).
A contribuição média do setor não lucrativo dos 15 países para o Produto Interno Bruto (PIB) situa-se nos 3,6%.
O trabalho, feito em colaboração com o Instituto Nacional de Estatística, vai ser apresentado, esta terça-feira à tarde, numa sessão que decorre na Fundação Luso-Americana, em Lisboa, uma das entidades que apoiou o estudo, a par da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação Aga Khan.
O setor não lucrativo em Portugal é dominado pelas entidades de assistência social - de que as misericórdias surgem como exemplo -, com uma fatia de 47%, seguida do movimento associativo (14%), da educação (11%) e da saúde (7%), para citar os mais significativos.
Os restantes oito países que produziram informação estatística que permitiu à instituição americana realizar o estudo são Israel (2.º lugar), Bélgica (4.º), Estados Unidos (5.º), Austrália (6.º), Japão (7.º), França (8.º), Nova Zelândia e Tailândia (15.º).
Quando a avaliação é feita com base no emprego criado pelas instituições sem fins lucrativos nacionais, dados referentes a 2006 indicam que Portugal sobe para 9.º lugar, com uma taxa de 4,3% (a média é de 5,5%), numa lista liderada pela Bélgica (11,5%), seguida de Israel (11,2%) e do Canadá (10%). O último lugar é ocupado pela Tailândia (0,7%).
Em Portugal, o emprego proporcionado pelo setor é também dominado pela assistência social (52%), seguido do movimento associativo (16%), da educação (11%) e da saúde (7%).
Nas conclusões, o estudo afirma que o setor não lucrativo em Portugal, tem uma dimensão maior do que vinha sendo estimado, promove uma quantidade significativa de empregos (cerca de 185 mil) e financia-se em diversas origens e apresenta ainda a caraterística de não depender dos donativos como primeira fonte de receita.