Os 198 trabalhadores da empresa têxtil Eical, de Barcelos, decidiram avançar para a rescisão dos contratos, por "não terem qualquer sinal" da administração sobre o pagamento dos quatro meses de salários em atraso, informou esta sexta-feira fonte sindical.
Segundo Manuel Sousa, do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, a decisão de avançar para a rescisão foi tomada esta sexta-feira em plenário realizado à porta da empresa.
"Só em salários aos trabalhadores, a empresa deve 800 mil euros e, sinceramente, não conseguimos vislumbrar qualquer interesse da administração em pagar", sublinhou.
A fábrica está parada desde março, altura em que os trabalhadores e sindicatos deram um prazo à administração, até 23 de abril, para apresentar um plano de pagamento dos salários e de viabilidade económica da empresa.
"Até hoje, nada de nada. Apenas silêncio", criticou o sindicalista.
Alguns trabalhadores já tinham optado pela rescisão dos contratos, mas a maioria apenas tinha pedido a suspensão, por acreditar que ainda seria possível a reabertura da fábrica.
Esta sexta-feira, decidiram todos pedir a rescisão, "porque não dá para aguentar mais".
Além dos salários em atraso, os trabalhadores reivindicam ainda o pagamento dos seus "direitos" decorrentes da antiguidade na empresa, que em média é de 20 anos, mas há casos de alguns operários que já ali laboram há mais de três décadas.
"As indemnizações podem chegar a 3 milhões de euros", referiu Manuel Sousa.
