O ex-ministro das Obras Públicas João Cravinho afirmou, esta terça-feira, que houve um "erro" na previsão da procura do comboio da Ponte 25 de Abril, no contrato de concessão com a Fertagus, admitindo que podia ter sido evitado.
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"Acreditou-se que ia haver uma transferência maciça do modo rodoviário para o ferroviário", disse João Cravinho no Parlamento, na comissão de inquérito às Parcerias Público-Privadas (PPP) rodoviárias e ferroviárias que hoje retoma os trabalhos com incidência sobre a Fertagus, recordando o "martírio que era atravessar a Ponte 25 de Abril".
O ex-ministro das Obras Públicas reconheceu que "a operação teve um problema muito sério que foi uma queda muito acentuada do tráfego em relação ao previsto nos estudos".
Admitindo que "o erro podia ter sido evitado", o ex-governante socialista defendeu que tinha que "haver uma partilha do risco de tráfego" sob pena de não haver concorrentes à concessão.
"O risco de tráfego era uma espécie de Adamastor", afirmou, referindo que o risco de tráfego era o "terror dos concorrentes eventuais", explicou.
Em 2011, a Fertagus começou a assegurar a prestação do serviço público sem receber qualquer indemnização compensatória do Estado, depois de em 2010 ter recebido do Estado uma compensação de oito milhões de euros.
Em 2010, a Fertagus assinou a prorrogação do contrato de concessão do serviço de transporte ferroviário de passageiros do eixo norte-sul até 31 de dcezembro de 2019, assumindo-se como "a única empresa europeia de capitais privados a realizar serviço público de transporte de passageiros, numa área metropolitana, sem receber qualquer indemnização compensatória e prontificando-se a partilhar 75% do excedente de receitas ferroviárias previstas com o Estado".