
O presidente do Eurogrupo afirmou-se, esta noite, em Bruxelas, "profundamente impressionado" com os esforços de consolidação orçamental levados a cabo em Portugal, escusando-se a comentar uma eventual "derrapagem" a nível do objetivo de défice para 2012.
Questionado, no final de uma reunião do Eurogrupo sobre a eventualidade de Portugal falhar a meta de 5% do défice para 2012 - que a Comissão Europeia admitiu, nas suas previsões económicas divulgadas na semana passada, ser um "risco" -, Jean-Claude Juncker apontou que Portugal não foi um dos temas em discussão no encontro desta segunda-feira dos ministros das Finanças da zona euro e preferiu sublinhar as mais recentes medidas.
"Não discutimos Portugal hoje, mas estou profundamente impressionado com o recente desempenho de Portugal no que diz respeito à consolidação orçamental. Mas não falámos disso hoje", disse.
Ainda mais evasiva foi a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, que se limitou a apontar que a 'troika' está em Portugal para proceder à sexta revisão da implementação do programa de assistência financeira. "Temos uma equipa no terreno, que está a fazer atualmente a sexta revisão, e é isso que posso dizer para já. Estão a fazer o trabalho", declarou.
Na passada quarta-feira, nas suas previsões económicas de outono, a Comissão Europeia alertava que o cumprimento da meta para o défice de Portugal este ano continua em risco, devido às incertezas que rodeiam a concessão da ANA-Aeroportos de Portugal e possíveis atrasos na implementação de medidas adicionais.
Nas suas previsões económicas de outono, a Comissão assume as metas definidas pelo Governo e pela 'troika' para o défice orçamental - 5% em 2012, 4,5% em 2013 e 2,5% em 2014, sendo que no caso deste ano se trata de um objetivo que já foi revisto, pois a meta inicial era 4,5% -, mas apontando que, para este ano, "há alguns riscos sobre a projeção orçamental".
A reunião de hoje do Eurogrupo foi dominada pela situação na Grécia, tendo no entanto sido marcado novo encontro dos 17 para 20 de novembro, com vista a desbloquear finalmente o desembolso da próxima tranche de ajuda a Atenas.
